Como em um desfile de carnaval, os personagens de "Maravilhoso" são apresentados ao público com suas histórias e seus conflitos. Ao construir um enredo que se passa durante o período carnavalesco, o dramaturgo Diogo Liberano busca fazer uma crítica ao conto de fadas que toma conta do país, principalmente do Rio de Janeiro onde a peça é ambientada , quando pessoas de comunidades pobres são alçadas ao estrelato nas telas de televisão do Brasil afora durante os seus 15 minutos de fama, na profecia de Andy Warhol.
O problema da obra reside na construção dos personagens. Dos cinco em cena, quatro são extremamente caricatos. Lá está o jornalista panfletário, responsável por tentar "abrir" os olhos da sociedade para os crimes por trás do carnaval; a dona de casa pobre e religiosa, mas que frequenta terreiros; a socialite que sonha em ser destaque de uma escola de samba e, por isso, não mede "esforços" para conseguir seu desejo; e o bicheiro e dono da escola gay, que chegou a arrancar risadas da plateia que foi ao Teatro Bom Jesus na noite desta quarta-feira(03), mas que extrapola no maneirismo.
O personagem melhor construído é Henrique/Maravilhoso. Um desempregado, que atormentado pela morte da mãe e pela falta de dinheiro para sustentar a mulher e o filho pequeno, aceita trabalhar para o bicheiro. Esta decisão e os atos que ele tomará no emprego vão transformar sua vida. É uma tragédia anunciada aos moldes de "Orfeu Negro" (1959), filme dirigido pelo francês Marcel Camus, adaptação da peça teatral "Orfeu da Conceição", de Vinícius de Moraes.
Serviço
"Maravilhoso" volta a ser encenada nesta quinta-feira (04), às 21 horas, no Teatro Bom Jesus.
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