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A atual fase de crescimento dos quadrinhos destaca a força das obras autorais. Uma ótima geração de roteiristas (alguns deles também desenhistas) são responsáveis pelas grandes histórias que têm cativado o público, além de conseguir dar ao gênero um status literário.

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Mas não se pode falar de autores de HQs sem antes mencionar o maior e mais importante deles: o mestre Will Eisner (morto em 2005), que dá nome ao principal prêmio dos quadrinhos, concedido anualmente nos EUA. O criador do personagem Spirit é considerado o autor da primeira graphic novel, Um Contrato com Deus (1978), que está sendo lançada este mês em edição especial com capa dura pela Devir.

Da nova geração, três nomes se destacam em escala mundial atualmente: Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman, todos oriundos do universo das revistas de herói e que, com o passar dos anos, passaram a criar trabalhos e personagens próprios. "Foram eles que deram o ponta-pé inicial e mostraram que era possível fazer outro tipo de quadrinho sem ser o de super-heróis, agradando o público da mesma forma", lembra Odair Braz Junior, editor-chefe da Pixel Media.

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"No caso do Alan Moore, ele é quem define a qualidade dos quadrinhos que faz, não importa o desenhista", comenta Leandro Luigi Del Marco, editor da Devir. O britânico Moore não desenha seus roteiros, deixando que diversos artistas retratem as histórias que cria. Sua principais obras já chegaram ou estão para chegar ao cinema, como é o caso de Watchmen, realizada em parceria com Dave Gibbons, considerada a melhor HQ de todos os tempos, e que terá adaptação comandada por Zack Snyder, de 300 – esta baseada em HQ de Frank Miller.

Moore não aprovou nenhum dos filmes baseados nos quadrinhos que criou: V de Vingança, adaptado para o cinema com a produção dos irmãos Wachowski (Matrix); Do Inferno, dos irmãos Hughes; e o péssimo A Liga Extraordinária, com Sean Connery.

Miller e Gaiman também estão envolvidos com o cinema. O primeiro co-dirigiu, ao lado de Robert Rodriguez, a adaptação de sua mais conhecida série: Sin City. O roteirista e desenhista se prepara para comandar sozinho o longa-metragem do personagem Spirit, de Will Eisner. Já Gaiman vê chegar as telas este ano Stardust, adaptação de sua graphic novel.

"Essa coisa das livrarias trouxe alguns autores de volta e apresentou alguns novos, principalmente o Joe Sacco. Ele é importante pelo estilo de narrativa que consagrou", destaca o jornalista Rodrigo Fonseca, do jornal O Globo, ex-editor de quadrinhos da Ediouro e ex-consultor da Pixel Media. Sacco pode se considerado o criador do jornalismo em quadrinhos, publicando obras que retratam a questão palestina e a guerra na Bósnia, regiões que visitou durante os conflitos, entrevistando a população local e militares.

Braz Junior, ainda cita como autores importantes da nova geração Grant Morrison (Os Sete Soldados da Vitória), Garth Ennis (Preacher), Brian K. Vaughan (Y – O Último Homem). Del Marco destaca Warren Ellis (Planetary) "um senhor escritor, antenado, quase um artista multimídia".

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Brasil

"Um autor que as livrarias estão ajudando a sedimentar é o Lourenço Mutarelli, para mim, o maior quadrinista brasileiro", opina Rodrigo Fonseca. Com uma carreira premiada nas HQs em livros como Transubstanciação, o paulista Mutarelli deixou, nos últimos anos, a arte seqüencial de lado para se dedicar à literatura e à dramarturgia teatral.

Hoje, também está envolvido com o cinema com a adaptação para as telas de seu primeiro livro de ficção, O Cheiro do Ralo, filme brasileiro de Heitor Dhalia que virou cult antes mesmo de estrear e no qual até trabalhou como ator. Anteriormente, Mutarelli havia feitos os desenhos da personagem principal do longa-metragem Nina, também de Dhalia. O segundo livro do paulista, O Natimorto, deve chegar aos cinemas pelas mãos de Paulo Machline, indicado ao Oscar pelo curta-metragem Uma História de Futebol. Quem conhece Mutarelli apenas pelo cinema, deve buscar seus impressionantes trabalho nos quadrinhos.

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