Nova Iorque Maria Antonieta, uma produção de US$ 40 milhões de Sofia Coppola, que estréia amanhã nos Estados Unidos, teve uma sessão especial no Festival de Nova Iorque no fim de semana passado. O filme, que não recebeu uma boa acolhida no último Festival de Cannes, teve igualmente uma recepção apenas morna por aqui, com isolados aplausos educados.
Embora a jovem filha do cineasta Francis Ford Coppola já tenha um saldo positivo depois de sua decisão de tornar-se diretora e ter realizado os ótimos As Virgens Suicidas e Encontros e Desencontros, seu novo trabalho não é de fato um filme para ser lembrado, pelo menos à altura da polêmica personagem retratada, que ainda hoje exerce uma espécie de fascinação na imaginação das pessoas, principalmente dos franceses.
Numa das mais concorridas coletivas com a imprensa desta edição do evento americano, Sofia falou sobre a inspiração para o roteiro e as licenças históricas a origem da maior parte das críticas ao filme que se permitiu tomar para contar a sua versão da vida da rainha guilhotinada.
O que a levou a fazer um filme sobre Maria Antonieta?
Sofia Coppola Eu já tinha ouvido os clichês usuais sobre Maria Antonieta e seu estilo de vida decadente, mas eu nunca havia me dado conta antes de como ela e Luís XVI eram jovens. Eles eram basicamente adolescentes encarregados de dirigir a França durante um período muito volátil e num lugar incrivelmente extravagante, que era a corte de Versalhes. A idéia de que essas praticamente crianças foram colocadas naquela posição foi a primeira coisa que me interessou. Depois, fiquei curiosa para descobrir tudo que eles precisaram passar para amadurecer nessa situação extrema.
Qual foi a base para escrever o roteiro?
Tive os primeiros contatos com a história de Maria Antonieta através de Stefan Zweig. Mas após ler um livro de Antonia Fraser, tive a base que queria para escrever o roteiro e tomar a decisão de fazer o filme.
Por que a inclusão de grupos de música pop na trilha do filme?
A inspiração para isso veio de algumas fontes modernas, especialmente o movimento musical pop neo-romântico dos anos 80 que, a meu ver, foi muito influenciado pelos ideais extravagantes do século 18. Por isso a presença de Bow Wow Wow, The Cure e de outros grupos. Eu quis trazer um pouco desse espírito para o filme porque achei que o clima era uma mistura de juventude, cor e decadência. É uma versão brincalhona da história, refletindo o comportamento de adolescentes num tempo de decadência. Ao mesmo tempo, procurei manter sempre a sensação de que enquanto eles viviam em festas, a revolução dobrava a esquina.
O que você acha das críticas que têm sido feitas ao filme, principalmente quanto às liberdades históricas?
Eu não quis fazer um filme político, mas sim contar uma história sobre um ser humano que acabou tragicamente. Sempre tive ressalvas em relação a esse período histórico, em que meros adolescentes eram chamados para governar uma nação. Ela entrou no Palácio de Versailles com apenas 14 anos, em um ambiente tenso e problemático. Além disso, meu objetivo principal não era fazer um filme épico, grandioso, histórico. Eu queria contar uma história impressionista sob o ponto de vista de Maria Antonieta. Tudo que a gente sabe sobre ela vem através de outras pessoas.
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