Maria Bethânia levou para casa três prêmios Tim, em cerimônia realizada na noite da terça-feira, no Teatro Municipal do Rio. Zélia Duncan, atualmente em turnê com os Mutantes nos Estados Unidos, vai encontrar dois troféus em casa quando voltar e a dupla forrozeira Elba Ramalho e Dominguinhos também levou dois. Alcione foi tetracampeã na categoria de cantora de samba, só deu ela nas quatro edições já realizadas do Prêmio Tim.
Jair Rodrigues foi o homenageado do ano, ouvindo da platéia vários cantores homenageando-o com canções de seu repertório. Depois, subiu ao palco cantando oportunamente "Quando eu me chamar saudade", de Nelson Cavaquinho, fazer um emocionado discurso de agradecimento e mandar o pot-pourri que fazia com Elis Regina na década de 60, quando os dois dividiam o programa "Fino da Bossa" e, finalmente, para um dueto com Elis no telão em "Upa neguinho".
Fechou com um de seus hinos, "Disparada", a canção de protesto de Geraldo Vandré. Mais tarde, na festa realizada no Clube Ginástico, ele disse que estava embarcando nesta quarta para Londres, onde faz o show "Brasil brasileiro" na quinta com Elza Soares e outros artistas, depois de passar por Lyon (França), Madri e Barcelona.
A abrangência do prêmio e a escolha por júri especializado permitem o reconhecimento de artistas que nunca ganhariam no Prêmio Multishow e no VMB Brasil da MTV, nos quais predomina o voto popular. A Spok Frevo Orquestra, uma formação arretada do Recife, ganhou na categoria revelação. O igualmente pernambucano Silvério Pessoa foi o melhor cantor na categoria regional. O reconhecimento da música instrumental é importante, permitindo a premiação de Marcos Valle pelo CD "Jet samba" e do mestre Sivuca como solista em "Sivuca sinfônico". Ao premiar arranjadores, reconheceu Rildo Hora, consagrado produtor de samba, maestro da noite e produtor do também premiado disco de Zeca Pagodinho, "À vera", também assegura o reconhecimento a uma classe imprescindpivel, mas pouco reconhecida em celebrações.
O prêmio também avalia projetos visuais, permitindo a exposição de profissionais que pouco aparecem e nunca ganham prêmios de grande exposição pública. Os contemplados foram as designers Olga Bilenky e Mora Fuentes pelo disco "Ode descontínua e remota para flauta e oboé de Ariana para Dionísio".
Maria Bethânia ganhou dois troféus por seu disco dedicado a Vinicius de Moraes, "Que falta você me faz" e um pelo DVD do show dos 40 anos de carreira, "Tempo tempo tempo tempo".
Zélia Duncan viu premiada sua requintada e inspirada produção do CD "Pré-pós-tudo-bossa-band", reconhecido como melhor disco de pop rock e ela como cantora na mesma categoria. Elba Ramalho se uniu a Dominguinhos num disco que perdeu na categoria regional para "Nove de frevereiro", de Antonio Nóbrega, mas eles foram premiados como melhor dupla e pela canção "Rio de sonho".
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