Há dois anos e meio, despontava Maria Gadú. Era tão acanhada que quase não olhava nos olhos do entrevistador ao falar do primeiro CD. Logo vieram o reconhecimento do público e de seus ídolos, a música na novela. As turnês, os dois DVDs, a superexposição, a parceria com Caetano.
Aos 25 anos, celebrados há uma semana, Gadú lança o segundo CD, "Mais Uma Página" (Slap/Som Livre, nas lojas para o Natal), num cenário bem distinto: está blindada contra entrevistas por enquanto e seguirá apresentando o novo repertório até março, quando estreia o show nele baseado. As expectativas são altas e a ideia é resguardá-la.
Sábado, no mesmo Citibank Hall onde se apresentara há um ano em duo com Caetano, a menina revelação mostrou 11 das 14 faixas do CD, que tem participações de Lenine e do português Marco Rodrigues. A banda é essencialmente a mesma do primeiro (tem guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão), e o produtor, Rodrigo Vidal, idem.
A pegada parece um pouco menos MPB, mais roqueira. Gadú saiu da posição de lótus no banquinho e se pôs de pé, revezando-se entre o violão e a guitarra. O jeitinho juvenil persiste ("Oi, genteeee!" é a saudação natural), mas quem a acompanha desde antes do estouro de "Shimbalaiê" percebe que a segurança é muito maior. A voz nunca esteve tão apurada.
As novidades vão da ingênua "No Pé Do Vento", dela com Edu Krieger, à inspirada "Linha Tênue", de Dani Black (dos versos "ou me odeia descaradamente/ ou disfarçadamente me tem amor"). Os fãs mais devotados já conhecem do YouTube "Axé Acappella", de Dani Black e Luísa Maita, e as suas "Taregué" e "Like a Rose". Nos sucessos, "Encontro", "Bela Flor", "Tudo Diferente", "Escudos", "Laranja", em novos arranjos, eles explodiram em coro assim como em "Oração ao Tempo" (Caetano), a nova música na novela.
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