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 | José Tezza
| Foto: José Tezza

É preciso estar de muito mal com a vida, não bater bem da cabeça ou ser doente do pé para resistir ao espetáculo "O Malefício da Mariposa", em cartaz no Festival de Curitiba. Desde 2012, quando foi lançado no palco da Ave Lola Espaço de Criação, vem encantando o público ao tratar do amor de uma forma genuína. Não é à toa que ganhou cinco Troféus Gralha Azul, o maior prêmio de teatro paranaense, em seu ano de estreia.

O espetáculo é curioso. O texto do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, ambientado no mundo dos insetos, trata de temas afetivos de uma forma pura e bela, sem qualquer moralismo de uma fábula. "A mensagem é não ter mensagem", afirma a diretora Ana Rosa Genari Tezza, que estreou na última sexta-feira (28) como atriz no espetáculo, substituindo Alessandra Flores. Ela contou que o intenso processo de criação da peça foi na contramão de alguns hábitos teatrais, mas ainda assim foi muito respeitoso com o elenco. Os atores premiados Val Salles e Janine de Campos atingem em suas performances precisão de voz e trabalho corporal impecável, manipulando bonecos e alternando personagens em transições orgânicas, fruto de seis meses de ensaios intensivos que chegavam a durar 12 horas.

A história de uma mariposa apaixonada em essência é poética e profunda por natureza, mas já foi adaptada para apresentações em escolas municipais para alunos de cinco anos. É porque ao decorrer do espetáculo, a criança vira adulto e o adulto vira criança diante de uma comédia irresistível que ao mesmo tempo faz refletir sobre o comportamento dos humanos em relação ao amor.

O preço do ingresso de "O Malefício da Mariposa" é o máximo cobrado pelo Fringe, mostra paralela do Festival, custando R$ 60,00. A diretora Ana Rosa explica que objetivo não é tornar o teatro um artigo de luxo, mas sim valorizar o esmero de uma equipe séria e contemplar todo o seu esforço para trazer ao público a possibilidade de sonhar. E vale muito a pena.

ServiçoA peça fica em cartaz neste fim de semana às 19 horas no Ave Lola Espaço de Criação (Rua Portugal, 339 – São Francisco). No domingo há a proposta do "Pague Quanto Vale", que permite ao público definir o valor a ser pago para assistir ao espetáculo. Mas cuidado, você vai querer pagar mais. Julia De Cunto, aluna do 1º ano do curso de jornalismo da Universidade Positivo

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