Marisa Monte lança o DVD "Infinito ao Meu Redor"

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A carreira de Marisa Monte é igual a penteado de noiva, não pode haver fios fora do lugar. No DVD "Infinito ao Meu Redor", que chega às lojas no fim deste mês e registra sua última turnê de shows, ela comenta a busca perfeccionista pela qual se pauta: o público deseja um show perfeito, e o artista pretende a performance perfeita.

"Sempre refleti sobre cada passo, as coisas têm de ser idealizadas antes de realizadas", ela diz. "A última turnê não foi diferente do resto da minha carreira: é uma busca para potencializar a energia gasta."

O planejamento é milimétrico, mas os erros são inevitáveis. "É a vida real, a gente quer que tudo dê certo, mas tudo pode acontecer", diz. "A possibilidade de qualquer coisa acontecer me aproxima da vida, isso é a beleza do show."

Além de "uma pensata" sobre a profissão musical, Infinito ao Meu Redor é um documentário sobre a produção e os shows de "Infinito Particular "e "Universo ao Meu Redor", CDs lançados simultaneamente em 2006.

A turnê de "Universo Particular", iniciada em abril daquele ano, terminou 18 meses, 140 shows, 50 cidades, 15 países e 5 continentes depois. Vicente Kubrusly é o diretor. A narração em off é da própria Marisa. Ela assina o roteiro com Cláudio Torres. (Ela produziu "O Mistério do Samba", filme recém-lançado sobre a Velha Guarda da Portela, ainda em cartaz).

Foi a primeira vez na carreira, iniciada em 87, que Marisa, dona de um selo musical - o Phonomotor Records -, teve patrocinador: a Natura. O DVD traz a gravação de nove canções do show e é acompanhado por um CD com as mesmas obras, além de inéditas - "Não É Proibido" (Marisa Monte, Dadi e Seu Jorge); "Pedindo Pra Voltar" (Carlinhos Brown e Alain Tavares) e "Mais Uma Vez" (Marisa Monte).

"O público não tem noção que o volume de trabalho não corresponde ao volume de músicas", diz a compositora.

"Acham que a gente vive num mundo completamente irreal, têm a imagem de uma profissão glamourizada."

No documentário, Marisa afirma ter conquistado uma "independência artística pouco comum" no relacionamento com a indústria da música. Ela negocia a distribuição dos CDs com a gravadora EMI. Em "Infinito ao Meu Redor", Marisa toca na crise da indústria fonográfica com o surgimento da internet. Os dois álbuns de 2006 traziam um programa que impedia a difusão das músicas na web.

Outro assunto espinhoso do documentário é o relacionamento com a mídia impressa e eletrônica. Segundo Marisa Monte, depois de três dias sendo entrevistada, ela já sabe o que responder aos jornalistas pelos próximos 2 anos - porque eles fazem as mesmas perguntas. Ela diz ser inevitável falar com as diferentes mídias - é como entrar consciente "no estouro de uma boiada". "Talvez o público não tenha tanta noção disso."

Sobre as restrições nas entrevistas, concedidas no mesmo dia, ela responde que a barreira não é colocada pelas assessorias. "A imprensa é um serviço, mas é um produto, é muito competitiva, você sabe que, se um jornal publica primeiro, o outro não dá, por mim daria uma entrevista, e não 15 por dia", diz. "Nós, os leitores e os jornalistas somos vítimas dessa indústria", diz Marisa, que dará à luz o segundo filho - Helena - em meados do próximo mês.

Frases - "A imprensa é um serviço, mas é um produto, é muito competitiva, você sabe que, se um jornal publica primeiro, o outro não dá. Nós, os leitores e jornalistas somos vítimas dessa indústria"

"Sempre refleti sobre cada passo, as coisas têm de ser idealizadas antes de realizadas, a última turnê não foi diferente do resto da minha carreira" sabe o que responder aos jornalistas pelos próximos 2 anos - porque eles fazem as mesmas perguntas. Ela diz ser inevitável falar com as diferentes mídias - é como entrar consciente "no estouro de uma boiada". "Talvez o público não tenha tanta noção disso."

Sobre as restrições nas entrevistas, concedidas no mesmo dia, ela responde que a barreira não é colocada pelas assessorias. "A imprensa é um serviço, mas é um produto, é muito competitiva, você sabe que, se um jornal publica primeiro, o outro não dá, por mim daria uma entrevista, e não 15 por dia", diz. "Nós, os leitores e os jornalistas somos vítimas dessa indústria", diz Marisa, que dará à luz o segundo filho - Helena - em meados do próximo mês.

Frases - "A imprensa é um serviço, mas é um produto, é muito competitiva, você sabe que, se um jornal publica primeiro, o outro não dá. Nós, os leitores e jornalistas somos vítimas dessa indústria"

"Sempre refleti sobre cada passo, as coisas têm de ser idealizadas antes de realizadas, a última turnê não foi diferente do resto da minha carreira"