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Rio de Janeiro - Em 1982, sob encomenda da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), o compositor Marlos Nobre escreveu Abertura Festiva, regida em sua estreia mundial por Isaac Karabtchevsky. Passados quase 30 anos, Nobre sente-se ofendido pela menção da obra na programação da nova OSB, que a tocaria num concerto em 3 de dezembro, no Teatro Municipal, sob a batuta de Lanfranco Marcelletti.

Em abril, em carta endereçada ao regente titular e diretor artístico da OSB, Roberto Minczuk, ele proibira a execução de qualquer obra sua. Estava – e está – revoltado com a demissão de quase metade da orquestra, que se recusou a passar por um processo de avaliação que considerou humilhante. A carta correu a internet. Não recebeu resposta.

Como os sites da OSB e do Municipal mantinham a Abertura na temporada, ele redigiu carta aberta ao presidente da Fundação OSB, Eleazar de Carvalho Filho, em repúdio. O texto está em seu perfil no Facebook. A OSB informou que a obra não será tocada e que tudo não passou de erro de atualização dos sites (a correção foi feita em sua página própria, mas na do Municipal persistia até a última quinta-feira a informação errada). "Não quero brigar, mas não admito desculpas esfarrapadas. Isso foi feito para me amansar, mas minha posição é firme", disse o compositor, por telefone.

"Fui muito claro, não autorizo obra minha na temporada dessa nova orquestra." Na carta, ele ratifica seu amor pela "verdadeira OSB" e lembra que conheceu ainda meninos tanto Eleazar (filho do maestro da OSB Eleazar de Carvalho) quanto Minczuk (então trompista iniciante, ele ganhou o primeiro instrumento de Nobre).

Hoje, para o compositor, eles "promovem a mais impressionante desagregação do meio musical de que se tem notícia na história do nosso país". A abertura da temporada será no dia 10 de agosto. Vinte e um instrumentistas, brasileiros e de fora, admitidos em audições, começam a ensaiar. O grupo se completa com 41 remanescentes da "velha" OSB. Já os ex-integrantes tocam com Edu Lobo, outro artista que se solidarizou, dia 6 de julho, no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon.

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