Maroon 5 retorna em grande estilo

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Lançado em 2002, Songs About Jane, CD de estréia da banda norte-americana Maroon 5, levou inacreditáveis três anos para dar dar ao grupo o Grammy de artista revelação. A formação, liderada pelo vocalista Adam Levine, foi sendo descoberta muito aos poucos pelo público (e pelos DJs) até virar mania nas rádios, emplacando hits como "This Love" e "She Will Be Loved".

A mistura de rock alternativo (pero no mucho), pop e funk do Maroon 5, no segundo álbum da banda, ganhou tratamento vip. Afinal, todo o potencial sugerido (e comprovado) pelo CD de estréia não poderia ser desperdiçado em um trabalho precipitado e decepcionante, feito a toque de caixa para capitalizar em cima do êxito da estréia do grupo. Tanto que o veterano produtor Clive Davis, espécie de midas da música pop e descobridor de grandes nomes como Alicia Keys e Whitney Houston, fez questão de supervisioná-lo de perto, passo a passo, até que estivesse no ponto de chegar ao mercado.

It Won’t Be Soon Before Long, lançado semana passada em todo o mundo, deve entrar em primeiro lugar na parada Billboard (a lista é divulgada hoje) e parece já ter escapado da famigerada maldição do segundo álbum. Adam Levine, dono de um falsete até mais interessante do que o de Justin Timberlake, se mostra mais maduro tanto como vocalista quanto como compositor. Tanto que o primeiro single do disco, "Makes Me Wonder", já no topo das paradas de singles nos Estados Unidos, tem um subtexto político e foge um pouco da temática mais pessoal e romântica do CD anterior. Esses assuntos mais existenciais, no entanto, continuam dando a tônica do trabalho do Maroon 5.

Boas canções como "Nothing Lasts Forever" e "Better That We Break", trazem marcas da banda: melodias ao mesmo tempo delicadas e pegajosas (no bom sentido da expressão), a serviço de letras que falam de amores desfeitos e relacionamentos tumultuados. "Can’t Stop", por sua vez, é uma verdadeira – e divertida – ode à autocomiseração masculina. Feita sob medida para a voz, digamos, pouco viril de Levine.

Se há cinco anos, o Maroon 5 parecia no limbo, à espera de um milagre que colocasse sua música na boca do povo, hoje o panorama é bem diferente. Adam Levine e sua trupe, no topo das paradas, já pode ambicionar uma carreira longa e próspera. GGG1/2