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Masp, cartão postal de São Paulo, busca um novo modelo de gestão e financiamento para viabilizar suas atividades | Renato S. Cerqueira/Folhapress
Masp, cartão postal de São Paulo, busca um novo modelo de gestão e financiamento para viabilizar suas atividades| Foto: Renato S. Cerqueira/Folhapress

Afundado em dívidas, sem possibilidade de realizar exposições temporárias, o Masp, maior museu da América Latina, busca um novo modelo de gestão e financiamento, que passa pela troca da atual diretoria, para viabilizar suas atividades. A crise levou ao atraso no salário dos funcionários, e até o curador da instituição, José Teixeira Coelho Netto, que é terceirizado, está na fila dos credores. "O Masp, como todo museu privado do mundo, não tem condições de se sustentar", diz Teixeira Coelho.

Para reverter a situação, o museu busca parceiros na iniciativa privada. Um acordo com o Banco Itaú está sendo negociado. O consultor Heitor Martins, que conseguiu sanar as contas da Fundação Bienal de São Paulo, é cotado para assumir a presidência. "Gosto do muito museu e tenho interesse em ajudar. Não quero falar mais nada no momento", disse Martins, que vem sondando nomes para compor uma nova diretoria.

O grupo tem discutido modelos de gestão de museus internacionais que poderiam ser implantados. O funcionamento do MoMa, de Nova York, também privado como o museu paulista, pode servir de base.

Além das dívidas, o museu ainda está inadimplente com o Ministério da Cultura porque não prestou contas no prazo estabelecido de cinco convênios. A pasta informou, porém, que o museu não está impedido de firmar novos contratos para captação de recursos porque os processos com pendências ainda não foram concluídos. O museu diz que solucionará essas pendências nas próximas semanas.

Dificuldades

Procurado, o Masp reconhece que procura "um novo modelo para garantir sua sustentabilidade". "Isso envolve a ampliação do diálogo com a sociedade, o que implica revisão de sua governança, ampliação do quadro de conselheiros e renovação de sua diretoria", disse a direção do museu, por meio de sua assessoria de imprensa, que admite que nenhuma medida concreta foi tomada.

A instituição reconhece que possui dívidas, mas informou que os números estão passando por análise e que, para evitar imprecisões, não comentaria os valores. O Masp diz que os salários de funcionários estão em dia e que as dificuldades financeiras são comuns em qualquer museu que não receba algum tipo de subvenção.

O Masp sobrevive com a captação de recursos diretos ou via leis de incentivo junto à iniciativa privada. Os governos estadual e federal não contribuem diretamente. A prefeitura de São Paulo faz uma contribuição anual para a manutenção do prédio na Avenida Paulista, que é de sua propriedade. Segundo a Secretaria municipal de Cultura, o repasse em 2013 foi de R$ 1,5 milhão. "Esse dinheiro não dá nem para pagar a conta de luz", afirma Teixeira Coelho.

No novo modelo de gestão, há uma expectativa de contar com uma maior participação dos governos estadual e federal. "Não há museu que se sustente sem efetiva participação do Estado, que tem de decidir se arte e cultura são importantes para o país", afirma o curador do museu.

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