Filme
A Caverna dos Sonhos Esquecidos
Direção de Werner Herzog. Espaço Itáu de Cinema Sala 3 (R. Comendador Araújo, 731, Batel), (41) 3224-2527. Sessões diárias às 21h30, até o dia 7 de março. Mais informações no site www.itaucinemas.com.br/em-cartaz/curitiba.
A caverna de Chauvet Pont DArc, situada no sudoeste da França, guarda, em seu interior, um tesouro arquológico de valor inestimável: 400 desenhos e pinturas pré-históricas, que datam de 30 mil anos atrás.
A descoberta foi feita ao acaso, em 1994, e o local foi quase imediatamente fechado para visitação, para que as pinturas não se deteriorassem. Foi liberado o acesso ao seu interior apenas a pesquisadores de comprovada experiência.
Foi aberta, no entanto, uma exceção para que o cineasta alemão Werner Herzog (de "Fitzcarraldo" e "O Homem Urso") e uma pequena esquipe entrassem na caverna e registrassem essas imagens para que o mundo pudesse conhecê-las, já que é improvável que uma dia seja permitida a visitação do local. Portanto, A Caverna dos Sonhos Esquecidos, que estreou ontem no Espaço Itaú de Cinema, é uma experiência única.
Assim como seu conterrâneo Wim Wenders fez com Pina, Herzog decidiu recorrer ao 3D, uma técnica com a qual jamais havia trabalhado, por acreditar que seu uso proporcionaria ao espectador o sentido da profundidade de campo, dando-lhe a sensação de estar no interior da caverna francesa.
Considerado por muitos críticos como um dos poucos filmes nos quais se justifica o uso do 3D, Caverna dos Sonhos Esquecidos dá ao público a oportunidade de experimentar a claustrofobia de se esgueirar nos caminhos estreitos que dão acesso às "galerias" onde estão as pinturas. Herzog, que narra o filme em inglês com seu característico sotaque alemão, dá algumas informações essenciais. Ficamos sabendo, por exemplo, que um terremoto "lacrou" a entrada à carverna ainda na Pré-História, a transformando em uma dimensão intocada do passado, protegida por milênios, para que fosse revelada às geraçãoes futuras. E o diretor nos serve, também, como guia para entender esse tesouro.
Qualquer interpretação do significado das pinturas e desenhos rupestres é exercício de especulação por parte dos cientistas, que tampouco podem falar muito sobre como viviam seus autores. As imagens, entretanto, bastam para que a imaginação do espectador seja provocada.
Um dos estudiosos ouvidos cogita que o desenhos tenham sido executados, por conta da unidade entre os traços, por uma pessoa apenas, um "artista". Mas há também a tese de que as imagens muitas delas de animais, como bisões, leões, tigres e mamutes possam ter sido feitas por mais de um indivíduo. Nesse caso, as técnicas teriam sido passadas entre gerações.
CNJ compromete direito à ampla defesa ao restringir comunicação entre advogados e magistrados
Detalhes de depoimento vazado de Mauro Cid fragilizam hipótese da PF sobre golpe
Copom aumenta taxa de juros para 13,25% ao ano
Oposição se mobiliza contra regulação das redes sociais: “não avança”; ouça o podcast
Deixe sua opinião