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Se o Homem de Aço já está sendo considerado o rei do verão americano, a atriz Meryl Streep acaba de se estabelecer como rainha. Primeiro com sua volta triunfal na comédia de Robert Altman "A prairie home companion" e agora na adaptação do best-seller "O diabo veste Prada", cuja pré-estréia abriu o Festival de Cinema de Los Angeles na última quinta-feira.

Segundo a "Variety", a performance da atriz na pele da poderosa e arrogante editora de conceituada revista de moda dos Estados Unidos é "excitante e minimalista". Para a publicação mais importante do cinema mundial, Streep levará mulheres de todas as idades aos cinemas para ver "O diabo veste Prada".

O filme estréia no circuito dos EUA dia 30 de junho e os distribuidores parecem não ter medo nenhum de "Superman - O retorno", a ser lançado dois dias antes. No Brasil, ainda não há previsão de lançamento.

"O diabo veste Prada", segundo a "Variety", está bem mais enxuto que o romance de Lauren Weisberger. Inúmeros personagens sem peso saíram do roteiro para valorizar a difícil relação de trabalho com uma chefe desumana, capaz de deixar qualquer queixo caído. Para a revista, tudo ali na tela é verossímil quando lembramos que a autora do livro trabalhou na famosa "Vogue" americana ao lado (ou abaixo?) da poderosa Anna Wintour.

A assistente da editora endiabrada no filme é Andy Sachs (Anne Hathaway), uma jovem do Oeste americano com um guarda-roupa digno de risadas por parte dos funcionários frenéticos da revista de moda. Ela é entrevistada por Miranda Priestly e, talvez por nunca ter ouvido falar no poder da fera e se preocupar pouco com moda, acaba ganhando o "emprego pelo qual um milhão de meninas morreria".

Como no livro, boa parte do filme é dedicada ao reinado aterrorizante de Miranda e suas humilhações. Para a "Variety", o espectadores acabam se tornando voyeurs de um mundo desconhecido da maioria.

É de deixar os olhos arregalados as cenas de pânico e agonia da assistente diante dos pedidos da chefe. "(...) são reclamações sobre seu peso, exigência de café ou almoço prontos em cinco minutos, o pedido de um manuscrito do novo livro de Harry Potter para seus filhos gêmeos, mesmo que ainda não tenha chegado às lojas", descreve a revista.

Apesar de tudo, a resenha de "O diabo veste Prada" coloca a editora do filme muito mais humanizada. Sai o horror das loucuras e entra a explicação de como uma mulher se sacrifica para manter a posição de prestígio num mercado de trabalho tão concorrido e cruel.

Com um papel maior, Streep mostra todo seu talento e faz do filme uma história bem menos chata do que o livro, diz a revista. "O resultado do filme se deve a todo o esforço de Streep", diz a "Variety". "O que a Miranda do livro faz com histeria e brutalidade freqüentes, a Miranda do filme usa um devastador olhar de desdém que diminui qualquer veneno". Para a revista, os silêncios de Streep são impressionantes.

E quando ela fala, o tom é realmente sutil exigindo atenção do espectador para ouvir bem as farpas ocultas nas frases. "Extremamente elegante e com visual platinado, Streep é uma maravilha".

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