O homem que protagoniza o espetáculo chileno viaja por seus próprios erros e acertos numa trajetória metafórica| Foto: Divulgação

Programe-se

23º Festival de Teatro de Curitiba

De hoje a 13 de abril. Mostra oficial: R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Mostra paralela/Fringe: de entrada franca até R$ 60. Consulte a programação da mostra.

Ingressos à venda nos shoppings Mueller, ParkShopping Barigüi e Palladium e pelo site www.festivaldecuritiba.com.br.

El Hombre Venido de Ninguna Parte: Praça Santos Andrade. Dias 26 e 27 de março, às 19h30. Entrada franca.

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Ingressos

Saiba quais peças da Mostra 2014 já estão esgotadas:

• Espelho para Cegos • Cais ou da Indiferença das Embarcações

• Contrações • Ricardo III – SP • Rózà • A Importância de Ser Perfeito

• Conselho de Classe

Quase esgotadas:

• Jim

• A Toca do Coelho

• Sexo, Drogas e Rock’n’Roll

Os Gigantes da Montanha, do Galpão: referência em espaços abertos

Como em anos anteriores, o Festival de Teatro começa hoje à noite com um espetáculo de rua – mas só para convidados e num local fechado, o Expo Renault Barigui. As sessões para o público em geral, gratuitas, acontecem amanhã e quinta-feira na Praça Santos Andrade. Também como nos últimos dois anos, a peça convidada é estrangeira, firmando o evento na categoria internacional (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo) .

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El Hombre Venido de Nin­­guna Parte é criação de um dos três principais grupos de teatro do Chile, La Reyneta. À Gazeta do Povo, o diretor Mario Soto contou que a compreensão está garantida, já que todos os textos do espetáculo são gravados e foram vertidos para o português – procedimento padrão do grupo quando viaja, para se fazer entender.

Por outro lado, a história contada não segue uma "linha reta", falando poeticamente sobre as viagens de um homem que, como o título diz, não tem origens fixas. "É uma aventura mágica, muito bonita, em que esse personagem se encontra consigo mesmo e com seus amores", explica Soto.

Os elementos que conferem a poesia a essa trajetória do protagonista, que contracena com outros seis atores em cena, passam pelo cenário: uma grande mão funciona como máquina do tempo, e uma estrutura em forma de ovo permite entrar e sair – é por onde o personagem pode "viajar".

"Usamos materiais não muito comuns, como reciclados e ferro", conta o diretor. Em meio a essa estrutura pensada para grandes ambientes a céu aberto, a trama de El Hombre... busca engendrar a reflexão. A ideia é que as viagens pelos próprios erros e acertos – que poderiam ser os de qualquer um na plateia – sirvam de metáfora para a identidade do homem moderno. "Sabemos o lugar onde vivemos e trabalhamos, mas por vezes é difícil nos reconhecer e saber de onde viemos", sugere Soto.

39 peças

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Para o público em geral, o festival começa para valer na quarta-feira, com três espetáculos: 2 x Matei, Espelho para Cegos (esgotado) e Concreto Armado. Ao longo de duas semanas, o evento traz mais um grupo chileno, dois argentinos e a conceituada Royal Shakespeare Company, da Inglaterra.

Ao todo, são 36 peças na mostra principal e quatro na mostra Sesi na Rua, novidade deste ano.

No Fringe, o evento reúne 400 espetáculos – a dica é verificar o que trazem as 11 mostras especiais, em busca de montagens que passaram por curadoria. Os demais entram na programação mediante simples inscrição.

De graça

Mostra de rua oferece espetáculos nacionais e um internacional

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Uma boa novidade deste festival é a inclusão de peças importantes na grade de rua, com entrada franca. Além de "El Hombre Venido de Ninguna Parte", que faz a abertura para convidados na noite de hoje e sessões amanhã e quinta-feira na Praça Santos Andrade, um espetáculo curitibano, um londrinense e a última obra dos mineiros do Galpão (um dos principais grupos nacionais e referência em teatro de rua) terão sessões entre os dias 2 e 5 de abril, no Largo da Ordem.

"Buscamos peças com qualidade de sala de teatro, com som, luz, cenário, mas apresentadas da forma mais democrática possível", conta a gerente de Cultura do Sesi, Anna Zétola, responsável pela mostra.

A distribuição entre um grupo nacional, um internacional e dois paranaenses – Ás de Paus, com A Pereira da Tia Miséria e a curitibana Cia. dos Palhaços, com Pequeno Manual do Cavaleiro Andante – foi intencional. No caso do grupo Galpão, Os Gigantes da Montanha, com texto de Luigi Pirandello, já estava escalada para a mostra principal e acabou transferida para o Sesi na Rua. Os mineiros fazem sessões ainda em Araucária e Ponta Grossa.

A ideia é ampliar a mostra de rua e trazer, no ano que vem, um grupo espanhol que vai além do conceito de espetáculo. "O Antigua i Barbuda trabalha com a ideia de instalações. Queremos que façam uma residência aqui com outros artistas", sugere o curador Beto Lanza.