Minutos antes de sua banda subir ao palco para o primeiro show de uma turnê mundial para divulgar seu primeiro álbum novo em cinco anos, o baterista Lars Ulrich está ocupado com coisas mais importantes.
O co-fundador e força criativa da banda está correndo ao backstage para encontrar cerca de 35 membros do fã-clube da banda. E ele também encontra tempo para várias entrevistas.
Enquanto quase 20 mil fãs na arena de hóquei no gelo Jobing aguardavam impacientes a chegada de seus heróis, na terça-feira, Ulrich disse à Reuters: "Sempre nos orgulhamos de ser acessíveis."
"É espantoso que, depois de 30 anos, alguém ainda esteja interessado no que temos a dizer", comentou o dinamarquês de 44 anos, que sempre tem opiniões a oferecer.
Durante esses 30 anos, o Metallica vendeu 100 milhões de álbuns. Ao que tudo indica, a banda ganhará um espaço no Hall da Fama do Rock and Roll quando a próxima leva de homenageados for anunciada, no início do próximo ano.
Seu último álbum, "Death Magnetic", foi número 1 nas paradas em mais de duas dúzias de países, incluindo três semanas nessa posição nos Estados Unidos. Foi um retorno bem-vindo à forma para a banda, após a decepção crítica e comercial de "St. Anger", de 2003.
Conhecido por sua ética de trabalho e seus show ao vivo explosivos, o Metallica sempre se esforçou para agradar aos fãs inveterados que já os seguiam muito antes de o grupo fazer sucesso junto ao grande público com seu álbum "Metallica", de 1991, e o single de sucesso "Enter Sandman".
A título de aquecimento para a turnê, que vai passar por 37 arenas na América do Norte até 1o de fevereiro e em seguida chegar à Europa, os músicos convidaram fãs e amigos para assistir a dois ensaios em San Francisco, sua cidade de adoção, e Phoenix.
Como sempre, a banda tocou no meio da arena, emocionando os fãs com um show pirotécnico e de laser. Ao lado de sucessos antigos como "Enter Sandman" e "One", o grupo tocou cinco faixas de "Death Metal", que o leva de volta a suas raízes no thrash metal, com destaque para a guitarra de Hetfield.
Este corria alegre pelo palco, não se parecendo em nada com o homem detonado que em 2001 se internou numa clínica de reabilitação. As provações pelas quais passou foram reveladas dolorosamente no documentário "Some Kind of Monster", que detalhou as tensões que quase levaram a banda a implodir. Mas parece que tudo isso ficou para trás.
Hoje, os membros da banda que já chegou a ser apelidada de "Alcoholica" estão cuidando mais de sua saúde, chegando a levar um quiroprático com eles na turnê.
"Tenho 44 anos, uma namorada maravilhosa e três filhos lindos", disse Ulrich, que tem um filho bebê de sua namorada, a atriz dinamarquesa Connie Nielsen.
"Claro que bebo ocasionalmente, como todo o mundo, mas hoje em dia tomo principalmente vinho tinto, não vodca tonic, como antigamente."
Ulrich disse que a banda pode continuar para sempre se as condições físicas o permitirem.
Quando eles se aposentarem, Ulrich, que é ávido colecionador de arte, pretende trabalhar com Hollywood.
"Eu adoraria passar seis meses escrevendo o roteiro de um filme" disse ele. "Acho que tenho mais amigos no mundo do cinema que no mundo da música. Essa me parece ser uma direção natural a seguir."
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