México comemora ano recorde em indicações ao Oscar

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Os cineastas mexicanos invadiram Hollywood, conquistando mais de uma dúzia de indicações ao Oscar na terça-feira para filmes como "Babel" e "O Labirinto do Fauno". Na liderança, com sete indicações à estatueta, está "Babel", a épica visão do diretor Alejandro González Iñárritu sobre as diferenças culturais e as barreiras à comunicação, que recentemente recebeu o Globo de Ouro de melhor filme dramático. Passada entre Japão, México, Estados Unidos e Marrocos, a produção é candidata aos Oscar de melhor filme, melhor diretor, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro, entre outros.

A fantasia sombria "O Labirinto do Fauno", de Guillermo del Toro, está logo atrás, com seis indicações, incluindo as de melhor filme em língua estrangeira e melhor roteiro original.

Del Toro vai disputar o Oscar de melhor roteiro com o também mexicano Guillermo Arriaga, autor do roteiro de "Babel".

O número de indicações é recorde para o México, que tende a ser subrepresentado nos prêmios da Academia, apesar de ter produzido filmes aclamados nos últimos anos. Os vencedores serão anunciados em 25 de fevereiro.

Nenhum mexicano até hoje recebeu um Oscar com a exceção de Anthony Quinn, que nasceu no México, mas passou a maior parte de sua vida ao norte da fronteira com os EUA.

Este ano a Academia deu outras indicações ao diretor mexicano Alfonso Cuarón pelo filme "Filhos da Esperança", adaptação de um romance de P.D. James sobre um tempo em que a sobrevivência da raça humana se encontra em risco.

Cuarón é conhecido sobretudo como diretor do muito aclamado "E Tua Mãe Também", de 2001, e pelo terceiro filme da série Harry Potter. González Iñárritu, que recebeu uma indicação ao Oscar pela primeira vez em 2000 pela ode ao submundo da Cidade do México "Amores Brutos", disse que o perfil crescente dos cineastas mexicanos mostra o impacto que a cultura latino-americana vem exercendo nos Estados Unidos.

"Com essas indicações, vemos mexicanos contribuindo não apenas para a economia, mas também para a cultura, e é muito importante o fato de a sociedade norte-americana estar começando a reconhecer isso", disse ele à televisão mexicana Televisa.

As pessoas de ascendência latino-americana formam a minoria que cresce mais rapidamente nos EUA.

Iñárritu disse que a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante para Adriana Barraza, que representa uma imigrante ilegal que trabalha como babá nos Estados Unidos, foi especialmente significativa.

"O papel dela no filme representa o de milhares ou milhões de mexicanos e outros latino-americanos que deixam seus próprios filhos para vir cuidar dos filhos de outros e assim mandar dinheiro para casa para o sustento de suas famílias", disse o diretor.