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"Sentinela" (veja trailer), estréia desta sexta-feira (4), é um suspense estrelado por Michael Douglas sobre uma tentativa de assassinato do presidente norte-americano. O filme, dirigido por Clark Johnson ("S.W.A.T. - Comando Especial"), é um tanto quanto mecânico e destituído de alma, evitando mergulhar em política ou em qualquer outra coisa que pudesse definir claramente quem são esses personagens.

Apesar de todos os detalhes e vislumbres dos bastidores da Casa Branca, do Serviço Secreto e do complexo e moderno centro de controle da Divisão de Proteção Presidencial, "Sentinela" basicamente retoma a trilha aberta por todos os suspenses policiais em que um tira cai sob suspeita e precisa provar sua inocência, ao mesmo tempo em que foge de seus perseguidores.

"Vocês vão perseguir seu pior pesadelo", grita o agente David Breckinridge (Kiefer Sutherland) quando manda seus colegas atrás do superastro do Serviço Secreto Pete Garrison (Michael Douglas), seu ex-amigo e hoje maior inimigo.

No passado, Pete levou uma bala no corpo protegendo o presidente Reagan, mas agora está sendo chantageado e falsamente implicado numa tentativa de assassinato do presidente. Portanto, precisa salvar sua reputação e salvar o presidente, e tudo isso em questão de poucas horas.

O roteiro implausível (baseado no romance homônimo de Gerald Petievich) traz a primeira-dama (Kim Basinger em uma atuação modesta) tendo um caso extraconjugal com o chefe dos agentes do Serviço Secreto que a protege. Ou seja, Pete Garrison. Sim, sabemos que é Michael Douglas, mas mesmo assim - a primeira dama e um agente do Serviço Secreto?! Próximo ponto: o assassinato do colega de Pete instantes antes de ele passar informações confidenciais a Pete. A investigação dessa morte é confiada a Breckenridge, que odeia Pete porque acha que ele dormiu com sua mulher, quando ainda eram casados. Um antigo informante de Pete aparece com evidências convincentes da presença de um traidor dentro do Serviço Secreto. Essa investigação se funde com a do assassinato, ao mesmo tempo em que Pete recebe fotos dele próprio com a primeira-dama.

Pete mergulha na clandestinidade, e só a partir desse momento o filme ganha ritmo. Michael Douglas ganha liberdade para ser um herói de ação, e Keifer Sutherland faz seu adversário dilacerado por conflitos. Além deles, há uma glamurosa agente novata representada por Eva Longoria, que não pára de distrair a atenção de todos os personagens masculinos. Martin Donovan se sai bem no papel do agente encarregado da segurança do presidente, e as mulheres - Kim Basinger e Blair Brown, esta a assessora de Segurança Nacional do presidente - ficam em segundo plano.

"Sentinela" perde na comparação com o último filme realmente bom sobre o Serviço Secreto, "Na Linha de Fogo", que Wolfgang Petersen dirigiu em 1993, estrelado por Clint Eastwood e John Malkovich. Ali, o jogo de gato e rato entre um agente e o potencial assassino era repleto de detalhes plausíveis sobre os personagens, sem prejudicar a ação e o suspense.

Já os criadores de "Sentinela" optaram pela ação em detrimento dos personagens. Por essa razão, nunca chegamos a entender por que um sujeito como Pete Garrison está num dilema moral tão difícil. E é justamente isso o que poderia ter proporcionado substância real ao filme.

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