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Com as câmeras apontadas para o famoso documentarista Michael Moore ("Farenheit 11 de setembro"), o documentário "Fabricando polêmica" ("Manufacturing dissent") tem estréia mundial neste sábado (10), no festival de cinema South by Southwest, nos EUA. O filme será exibido no Brasil na mostra "É tudo verdade", em SP e no Rio, nas próximas semanas.

No Rio, o filme será exibido em 28 de março, às 18h, no CCBB; em São Paulo, poderá ser visto no dia 29 de março, às 19h, no CineSesc (ver serviço no pé da matéria).

Feito pelos diretores Rick Caine e Debbie Melnyk, o longa segue os passos de Moore durante a divulgação de "Farenheit", sobre os ataques de 11 de setembro, e questiona as táticas do cineasta, famoso por confrontar seus objetos de filmagem.

Dentre as revelações sobre o documentarista está o fato de que, ao contrário do que ele sempre afirmou, ele entrevistou, sim, o presidente da General Motors Roger Smith enquanto rodava seu filme de estréia, "Roger & eu", de 1989. Afirma-se que Moore tinha uma entrevista com o executivo, mas decidiu não usá-la na versão final do documentário.

Credibilidade

Moore, que ganhou um Oscar em 2002 por "Tiros em Columbine", não respondeu aos e-mails e telefonemas da reportagem da agência AP para comentar o caso.

"As pessoas que podem confirmar isso têm muita credibilidade", disse John Pierson, veterano do cinema independente norte-americano que ajudou a vender "Roger & eu" à Warner e que, hoje, leciona na Universidade do Texas, em Austin.

"Sempre adorei 'Roger & eu'. Adorei trabalhar no filme. Eu acreditei no projeto, e é muito ruim isso. A essência do filme era o fracasso de Michael ao tentar falar com Roger Smith", lembra o produtor. "E, a propósito, Michael passou os últimos 18 anos jurando que nunca entrevistou Smith".

"Acho que, num primeiro momento, as pessoas têm a opinião de que muito do que é mostrado em 'Fabricando polêmica' é falso", diz Matt Dentler, produtor do festival. "Em essência, é um filme que olha Michael Moore de forma crítica, mas não é um filme político, não há partidarismo", afirma ele. "É um caso de questionamento do que é a mídia, de decifrar quem arquiteta o que acabamos considerando fato, ficção ou realidade".

CCBB-Rio: Rua 1º de Março, 66, Centro. Informações: (21) 3808-2020CineSesc: Rua Augusta, 2075. Informações: (11) 3082-0213

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