Michelle Pfeiffer volta às telas em três filmes após cinco anos dedicados à família

Michelle Pfeiffer volta ao cinema com três produções após uma pausa de cinco anos dedicados apenas a cuidar da família. Deslumbrante como sempre aos 49 anos, ela é um dos destaques da comédia musical ''Hairspray'', com estréia nos Estados Unidos dia 20 de julho próximo, da fantasia ''Stardust'', que vai para as telas em 10 de agosto, e faz o papel principal em ''I could never be a woman'', previsto para setembro.

Três vezes indicada ao Oscar sem ganhar, ela levou uma de seis indicações ao Globo de Ouro, por ''Susie e os Baker Boys'' em 1990 e um Bafta por ''Ligações perigosas'' no mesmo ano. Michelle nunca deixou de ser uma presença forte nas telas pela beleza marcante e por boas atuações, saindo-se bem até em papéis quase ridículos como o da Mulher Gato em "O retorno de Batman" (1990). Ela foi sensual em "Susie e os Baker Boys", dramática em "Revelação" e "Ligações perigosas", romântica em "Frankie e Johnny", divertida em "As bruxas de Eastwick".

A carreira sempre foi bem, mas a vida particular estava confusa até então, com uma sucessão de relacionamentos frustrados com John Malkovich, Michael Keaton, Fisher Stevens e Peter Horton. Para curar a frustração ela adotou uma menina mestiça, Claudia Rose, e pouco depois conheceu seu atual marido, David E Kelley, criador das séries "Justiça sem limites" e "Ally McBeal".

A tão aguardada felicidade a levou a largar o cinema há cinco anos - seu último filme foi "Deixe-me viver" (2002) - e se retirar com para uma comunidade rural no norte da Califórnia. E ela volta ao cinema proclamando que encontrou a pessoa certa e que a coisa mais importante na sua vida é a família.

Em "Hairspray" ela faz a vilã racista Velma Von Tussle e disse que ficou tão preocupada com o papel que discutiu o filme com os filhos, algo que não costuma fazer. Ela é sensível ao problema do racismo porque teve que enfrentar preconceitos, o que a deixou revoltada. "Fiquei chocada com as críticas que sofri por adotar uma criança mestiça. É incrível como muitos ainda se apegam a isso. Algumas das pessoas mais maravilhosas que conheci são de raças misturadas. Acabei aceitando o papel porque se trata de uma questão ainda relevante, apesar de tudo. A mensagem do filme é contra o racismo e a inveja," explicou ela ao jornal inglês "Independent".

"Hairspray" é refilmagem de uma produção do diretor independente John Waters de 1988, mas inspirado na versão para a Broadway do mesmo filme. A história é de um adolescente obeso Tracy Turnblad (Nikki Blonsky) que deseja dançar num show de TV com apoio de sua mãe Edna (John Travolta travestido). Ele faz um teste e encontra a oposição da dançarina do show (Britanny Snow) e de sua mãe Velma (Michelle). Negros só podem dançar no show uma vez por mês e a bandeira da integração racial é levantada.

Na fantasia "Stardust" Michelle é uma velha feiticeira que precisa de uma estrela para recuperar a juventude, mas tem que disputar o amuleto com o jovem Tristan (Charlie Cox) numa saga que envolve os filhos ambiciosos de Lord Stormhold (Peter O'Toole) e o pirata Capitão Shakespeare (Robert de Niro) todos atrás da estrela para conseguir riqueza e poder. Na comédia romântica "I could never be your woman", Michelle é a mãe de uma adolescente, vivida por Saoirse Ronan, que se apaixona por um homem bem mais jovem, o ator Paul Rudd. Com estas produções, Michelle Pfeiffer deve ocupar novamente um lugar de honra em Hollywood.