O favorito Milton Hatoum, que este ano já havia ganho o Prêmio Jabuti, levou também o Portugal Telecom por seu romance "Cinzas do norte" (Companhia das Letras). Alberto Martins, por "História dos ossos", ficou com o segundo prêmio, e Ricardo Lísias, por "Duas praças", com o terceiro. O prêmio, o de maior valor em dinheiro para autores brasileiros (R$ 100 mil para o primeiro, R$ 35 mil para o segundo e R$ 15 mil para o terceiro), foi anunciado terça-feira à noite no Espaço Fasano, em São Paulo.
Durante a cerimônia, o presidente da Portugal Telecom Brasil, Shakhaf Wine, anunciou ainda que em 2007 o prêmio deixará de ser dedicado apenas à literatura brasileira e passará a abranger também obras em língua portuguesa publicadas em outros países, desde que tenham sido editadas no Brasil e no exterior num dos três anos anteriores ao ano de inscrição.
O autor paranaense Wilson Bueno, estava entre os 10 finalistas do prêmio. Confira os escritores que não foram contemplados com o prêmio: Luiz Ruffato "O Mundo Inimigo", Mario Sabino "O Antinarciso", Wilson Bueno "Cachorros do Céu", Claudia Roquette Pinto "Margem de Manobra", Paula Glenadel "Quase uma arte", Claudia Ahimsa "A Vida Agarrada" e Nelson Ascher "Parte Alguma".
Premiação
Após a premiação, Hatoum afirmou sua fé no romance como "uma forma de conhecimento do mundo", avisou que vai pagar umas dívidas com o dinheiro que ganhou e falou sobre a importância cultural da literatura.
- O espaço da literatura é muito pequeno. Nosso microfone é de potência muito baixa. Mas eu acredito na literatura como forma de conhecimento que te faz pensar e refletir individualmente - afirmou.
"Cinzas do norte" foi escrito num período de mais de vinte anos. Hatoum fez um primeiro esboço ("muito fraco, muito frágil") em 1980, e retomou a história, passada no Amazonas, em 1999.
- Manaus é meu paraíso e meu inferno. Meus grandes momentos de felicidade e tristeza foram vividos ali, minha infância é uma fonte inesgotável de histórias. Às vezes lamento não ter tempo para escrever tudo que gostaria sobre a cidade.
O escritor, que agora trabalha numa novela sobre o mito do Eldorado, disse que espera um dia criar uma biblioteca na periferia de Manaus.
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