Milton Nascimento, o convidado da também mineira Orquestra de Câmara Opus, apresentou as músicas mais conhecidas da carreira no show/concerto realizado nesta quarta-feira, no Teatro Positivo, como parte da programação do projeto cultural Estação Volvo.
Apesar dos ingressos esgotados com dias de antecedência, muitas poltronas estavam vazias. Antes da entrada do cantor, que comemora 50 anos de carreira em 2012 com uma turnê que não vem a Curitiba, a orquestra apresentou peças populares da música erudita a "Marcha Radetzky", de Johann Strauss (pai), tradicionalmente acompanhada por palmas da plateia, e "Toreador", da ópera Carmen, de Bizet.
Um medley instrumental de "Travessia", "Clube da Esquina No.2", "Paisagem da Janela" e "Nada Será Como Antes" anunciou a entrada do convidado, que subiu ao palco recitando o poema "Explicação da poesia sem ninguém pedir", da escritora mineira Adélia Prado.
Ainda tímido, cantou "Encontros e Despedidas" e "Maria Solidária" (composições suas com Fernando Brant), acompanhado pela orquestra. Ao violão, cantou "Caçador de Mim", do álbum homônimo de 1981, e "Um Gosto De Sol", do cultuado LP Clube da Esquina (1972).
A primeira parte da apresentação se encerrou com "Bola de Meia, Bola de Gude" e "Nos Bailes da Vida", que Milton explicou ser uma homenagem escrita em parceria com Brant para os crooners. A segunda metade do show mostrou orquestra e convidado mais confortáveis e em melhor interação. Sem Milton, a Opus apresentou o choro "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu (18801935), e uma homenagem ao Luiz Gonzaga (19121989) com mais um pot-pourri instrumental, que juntou "Baião", "Asa Branca" e "Paraíba" as mais emblemáticas parcerias do Rei do Baião com compositor cearense Humberto Teixeira (1915-1979), relidas no arranjo mais interessante da orquestra na apresentação (que, até então, ousara pouco).
Milton voltou ao palco cantando "Coração de Estudante", uma das interpretações mais tocantes do show, que seguiu com "Paula e Bebeto" (parceria do mineiro com Caetano Veloso gravada no álbum Minas, de 1975). Depois de "Canção da América", "Para Lennon e McCartney" encerrou o show com Milton mais desenvolto, embalado pela levada da música, resgatada de seus primeiros anos de carreira.
Para o bis, Milton cantou "Travessia", do disco que o lançou para o país em 1967 (e que também está sendo lembrado por seus 35 anos na turnê comemorativa de Milton), e "Maria Maria", do Clube Da Esquina 2 -- a mais pedida ao longo do show, que terminou em clima de festa, superando os chiados e a má sonorização e a incômoda parte do público que demostrou pouca reverência ao cantor.
Veja fotos do show de Milton Nascimento em Curitiba
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