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A ministra da Cultura, Marta Suplicy, decidiu levar de volta para Brasília as políticas de livro e leitura que eram atribuição da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio. Marta convidou José Castilho Marques Neto, presidente da Editora Unesp, para reassumir o cargo de secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Ele havia deixado o cargo há dois anos como protesto pela transferência das políticas para o Rio de Janeiro.

A mudança ocorre depois da demissão de Galeno Amorim da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e no momento em que o Brasil se prepara para ser o país homenageado na Feira de Frankfurt, maior salão de negócios do mercado editorial do mundo. A ministra decidiu que a FBN continuará responsável por coordenar a ida a Frankfurt, em outubro, e continuará cuidando dos programas de internacionalização da literatura brasileira.

A partir de agora, uma prioridade do PNLL é transformar o Plano Nacional do Livro e Leitura em lei, já que atualmente ele é instituído por um decreto presidencial. Castilho também tentará criar o Fundo Setorial Pró-Leitura, um projeto de 2004 que prevê recolher 1% sobre a receita de livrarias, distribuidoras e editoras para investir em incentivo à leitura.

"Esse projeto perdeu o bonde. Desde 2004, quando os livros foram desonerados, o preço deles caiu 44%. Qualquer mudança do tipo vai fazer os preços subirem e estará na contramão da política econômica. Isso vai refletir no setor do mercado que mais cresce, que são as edições populares", diz Sônia Jardim, presidente do Sindicato Nacional dos Editores (SNEL) e vice-presidente do Grupo Record.

Conflitos

As políticas de livro e leitura estavam na Biblioteca Nacional desde junho de 2012, por determinação da ex-ministra Ana de Hollanda, que nomeou Galeno Amorim presidente da FBN. A gestão de Amorim foi marcada por conflitos com funcionários, que acusavam o ex-presidente de negligenciar graves problemas estruturais da biblioteca. As acusações se agravaram depois de casos de queda de reboco da fachada, de um vazamento que molhou centenas de jornais e revistas do acervo e da queima do ar condicionado. Em 2012, a FBN só cumpriu 82 metas das 242 previstas, segundo o relatório de gestão.

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