O Ministério da Cultura pretende aproveitar a boa notícia que está sendo dada nesta sexta-feira (30) sobre o êxito na recuperação do acervo do artista plástico Hélio Oiticica fazendo de 2010 um ano de homenagens e de divulgação de sua obra. Foram recuperadas totalmente mais de 2.200 obras, o que representa cerca de 70% do trabalho de Oiticica. Morto em 1980, aos 43 anos, Oiticica foi pintor, escultor e artista performático e teve sua obra reconhecida internacionalmente.
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, disse que a ideia é levar a obra de Oiticica a vários estados do país. Segundo ele, com a notícia de que a maior parte do acervo foi salva, pode-se preparar uma homenagem a Oiticica, com a exposição de suas obras em várias regiões do país, para que o público dos vários estados possa conhecê-la.
De acordo com Manevy, o êxito na recuperação de parte significativa do acervo levou o Ministério da Cultura a decidir por um trabalho conjunto com a família do artista para criar e dotar um novo espaço das condições ideais para receber a obra. Está em estudo, inclusive, a possibilidade de expor as obras de Oiticica em vários museus, para que não fiquem concentradas em apenas um local, como acontecia até o incêndio que destruiu parte do acervo, no dia 16 deste mês, na casa da família do artista.
"Há, sim, a possibilidade de espalhar parte desse acervo por museus federais ou outros espaços identificados em conjunto com a família como aptos para receber o trabalho de Oiticica. Ao espalhar a obra por vários museus, estaremos permitindo um acesso maior do público ao acervo. Essa estratégia, a ser adotada em uma próxima etapa, já está sendo desenhada com a família para dar todas as condições para abrigar um acervo dessa importância." Manevy afirmou que os museus federais estão disponíveis para receber parte da obra, assim como também os que não são federais.
O secretário lembrou que, do modo que a obra concentrada em um único espaço fechado foi atingida pelo incêndio, teve-se a impressão de que o acervo havia sido integralmente perdido integralmente, pois 90% do conjunto estava nesse local. Agora, com mais de 50% da obra 100% salva, acrescentou Manevy, isso deverá servir de lição.
"O Ministério da Cultura, os artistas, as famílias que herdaram acervos importante da arte brasileira, os museus, galerias, e a própria sociedade civil - os empresários que têm uma relação mais direta com a arte à frente têm que aproveitar essa comoção e transformá-la em oportunidade para discutir formas de garantir que os acervos de nossos artistas fiquem no Brasil, porque esses acervos estão sendo comprados por museus de todo o mundo e não ficam no país", afirmou.
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