Quem entrava no prédio do Museu da Imagem e do Som do Paraná, na Rua Barão do Rio Branco, 395, há dois anos, tinha a impressão de que seria quase impossível restaurar o imóvel, construído em 1890 e tombado na década de 1970. O fechamento do espaço por 10 anos causou sérias deteriorações em toda a estrutura física e nas pinturas originais do local, conhecido como Palácio da Liberdade, que serviu como sede do governo paranaense de 1892 a 1938. A reforma foi finalizada e entregue no fim do ano passado. Mas o MIS depende de orçamento para migrar o seu acervo, e finalmente abrir as portas para o público.
R$ 1,75 milhão
foi o valor gasto pelo governo do estado do Paraná para a reforma do Museu da Imagem e do Som. A previsão é de que o espaço abra as portas ainda neste ano.
Projeto permitiu a digitalização de 17 mil fotos
Cerca de 17 mil imagens fotográficas que pertencem ao acervo do Museu da Imagem e do Som do Paraná poderão ser vistos em breve pelo público na internet.
Leia a matéria completaCom o espaço físico praticamente pronto (faltam pequenos ajustes, como colocação de algumas luminárias e nova vistoria do Corpo de Bombeiros), ainda não há uma data certa de quando o museu começa a sua mudança. Nesse período, o acervo, que conta com cerca de 1 milhão de itens, foi acomodado e disponibilizado para consulta no bairro Santa Cândida, no antigo complexo Banestado. De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura (Seec), tudo depende da questão orçamentária, mas a intenção é de que o museu volte abrir as portas para o público neste ano.
A reabertura da sede central vai facilitar a vida de pesquisadores que procuram materiais no MIS. Além disso, um museu em funcionamento, com atrações para o público como exposições e mostra de filmes, pode contribuir para movimentar uma área problemática do Centro da cidade.
No edifício, haverá salas expositivas, miniauditório, biblioteca e salas para o acervo. Esses espaços, aliás, tiveram o chão reforçado para receber os pesados armários do MIS. Há várias pinturas originais que foram restauradas (uma delas está com problemas de umidade na parede, e um novo projeto de recuperação com tratamento químico está em andamento), vitrais e uma luminária da década de 1890. A reforma, de R$ 1,75 milhão, seguiu todas as diretrizes necessárias do patrimônio, por conta do tombamento.
Museu da Imagem e do Som retorna ao Palácio da Liberdade
O diretor do Museu, Fernando Severo, conta sobre como vai ser a nova instalação do MIS e o que a população pode encontrar no Museu.
+ VÍDEOSDo projeto, a única mudança foi o fato de o MIS não poder ter um café. De acordo com o diretor do museu, Fernando Severo, uma lei estadual proíbe a comercialização de produtos em espaço públicos, e o local é ligado diretamente à Seec (diferente do Museu Oscar Niemeyer, que funciona como uma Organização Social). A restauração também conseguiu resgatar uma característica original do prédio, projetada pelo italiano Ernesto Gaita: antes do tombamento, um espaço foi construído e descaracterizou a fachada do canto direito, que foi demolida, retomando a simetria. Ainda é necessária a construção de mais um anexo nos fundos do prédio para o acervo, e um auditório com capacidade maior. Segundo Severo, já existe um projeto pronto para o local. Porém, sem verba prevista.
Associação
Novidade que pode ajudar o MIS a alcançar recursos para projetos é a formação da Associação dos Amigos do Museu da Imagem e do Som. Com isso, a associação pode se inscrever em projetos de lei, como a Rouanet, e colaborar para fomentar atividades no espaço.
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