Festival Curitiba
Até 13 de abril. Mostra oficial: R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Mostra paralela/Fringe: de entrada franca até R$ 60. Consulte a programação da mostra.
Ingressos à venda nos shoppings Mueller, ParkShopping Barigüi e Palladium e por este site.
O diretor Marcus Di Bello, da Companhia do Elefante, cruzava o Largo da Ordem anunciando ao megafone que a peça Esta Partida Não Será Televisionada fora transferida dali para o Memorial de Curitiba. O céu escuro ameaçava as caixas de som e a guitarra elétrica do grupo. A possibilidade de chuva é um dos contratempos com os quais equipes que se apresentam na rua têm de lidar.
Quem chegava ao novo local da apresentação, na última quarta-feira, às 18 horas, se deparava com tapetinhos dispostos sobre o tablado, convidando o público a se acomodar. A poucos passos dos espectadores, os sete artistas do elenco vibravam a língua e tremiam os lábios nos aquecimentos vocais.
No satírico espetáculo sobre futebol da mostra Fringe, o público de cerca de 50 pessoas foi um ativo interlocutor. O elenco convocou a participação da plateia para criticar a Copa do Mundo, a Fifa, o governo brasileiro, os jogadores vendidos às equipes internacionais e até o estereótipo de que mulher desconhece a regra do impedimento. Quem assistia chutou bolas, fez olas, bateu palmas e revelou o time do coração.
Mas nem toda participação externa foi bem-vinda. No final do espetáculo, a atriz Kaylane Souza encarnou Dilma Rousseff. Parodiando um discurso, jurou que o povo brasileiro teria saúde, educação e moradia, mas seria Papai Noel o realizador da promessa. A atriz invadiu a plateia e começou a perguntar o que cada um queria de Natal. Neste momento, uma moradora de rua entrou no Memorial, sentou no palco e pediu dinheiro a um dos espectadores. O interpelado ficou visivelmente constrangido, vários se entreolharam, sem saber se aquilo fazia parte da peça. O elenco fingiu que não viu e continuou o espetáculo. Mas não dava para ignorar o desconcerto com o episódio nem a presença da mulher, que exalava um forte cheiro de urina.
Improvisos
Logo depois, às 19h30, teve início no bebedouro do Largo da Ordem a peça Pequeno Manual do Cavaleiro Andante, da Cia. dos Palhaços e Cia. Filhos da Lua. As arquibancadas da mostra Sesi na Rua estavam em lotação máxima, com mais de 300 pessoas. O sereno caía grosso e o vento assoviava nos microfones. Os problemas técnicos não tardaram a começar. As caixas de som chiavam e, volta e meia, a voz de um personagem sumia. Mas o espetáculo baseado em Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, cativou o público a despeito disso. Quando começou a chover de fato, o personagem de Dom Quixote adaptou sua fala: "Respire, Sancho Pança, respire este ar... molhado". A personagem Teresa, mulher do fiel escudeiro, o questionou: "Sancho, já deu comida pros porcos? Já tirou leite da vaca? Já arrumou meu microfone?". A cada improviso dos atores, o público reagia com gargalhadas.
Apesar da classificação indicativa de 12 anos, a plateia estava tomada por crianças pequenas. As constantes piadas de cunho sexual faziam os pais corarem. A chuva começava e parava, provocando algumas baixas na plateia, mas a maioria esperou a conclusão do espetáculo, aplaudindo de pé depois do ato final.
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