Mistérios e enigmas são tema de mostra

O mistério da existência humana é uma das questões exploradas na mostra Limiar, que será inaugurada hoje na SIM Galeria, em Curitiba. A exposição reúne trabalhos de dez artistas paranaenses da nova geração que utilizam diversos suportes para induzir o espectador a uma "interpretação sobre a arte e a matéria do mundo."

Com curadoria de Arthur do Carmo e Tony Camargo, a mostra traz obras – entre pinturas, fotografias, esculturas e vídeos – que evocam o invisível e o aparentemente banal. São produções que se comunicam entre si para despertar a concepção de uma nova linguagem sobre a vida e seus enigmas, numa valorização à poética dos trabalhos.

"[Na exposição] é possível encontrar o limiar das obras nas suas próprias linguagens. O que tentamos fazer, a partir da montagem, é que o público encontre o mistério que a obra pode proporcionar. Há um enigma na linguagem artística que a palavra somente não dá conta", ressalta o curador Arthur do Carmo.

De acordo com Carmo, foram cerca de três meses desde a ideia até a concepção concreta da mostra, que fica em cartaz até o próximo dia 27 de fevereiro.

Seleção

Para a exposição, o curador explica que os artistas foram selecionados pelo que conseguem reproduzir com seus trabalhos e não pelo peso que já representam na cultura paranaense.

"Para que a exposição funcionasse, a gente olhou para os trabalhos ao invés de olhar para o nome dos artistas", conta. "Além disso, focamos nas poéticas resultantes destes trabalhos e que, pela maneira como foram dispostos no espaço, conseguem conversar entre si".

No conjunto de obras selecionadas – nem todas inéditas – há destaque para a relação do homem com o meio digital e para o universo surreal. Também são contemplados temas como nostalgia, as linguagens dos desenhos e as relações tempo-espaço.

Autor da obra que ocupará a vitrine da SIM Galeria durante o período de exibição da mostra, o artista curitibano C. L. Salvaro trabalha com a configuração dos espaços e a questão de local, construção, resquícios e percepção, numa tentativa de dar destaque à arquitetura e de potencializar um confronto com outros trabalhos já realizados.

"Dou certo peso metafórico à minha obra. Mas o interessante é que, assim como o trabalho que eu fiz, todos os outros se complementam e se potencializam com a ajuda do outro para dar ao espectador uma leitura mais completa de cada artista", explica C. L. Salvaro, que atualmente vive em Belo Horizonte (MG)

Time

Entre os demais artistas que fazem parte da exposição estão André Azevedo, Daniel Duda, Hugo Mendes, Jack Holmer, Janete Anderman, Juan Parada, Lailana Krinski, Samuel Dickow e Willian Santos.