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Vídeo | Reprodução RPC TV
Vídeo| Foto: Reprodução RPC TV

Música para videogame

• Será a primeira vez que a série MPB & Jazz, criada em 2004, é trazida a Curitiba. O público local, porém, já teve a chance de ver as experimentações e misturas da Orquestra Petrobrás Sinfônica em 2002, quando o conjunto se apresentou por aqui acompanhado pelo sanfoneiro Sivuca.

• A série não é a única atividade da Orquestra Petrobrás Sinfônica, que possibilita a formação de platéia de música erudita. Outro projeto com essa pretensão é o Video Games Live, que acontece anualmente.

• No Video Games Live, a OPES executa as trilhas sonoras de jogos de vídeo game em tempo real, enquanto os jogadores estão em ação. "A sofisticação do videogame (na minha época era só o Atari) levou naturalmente a uma sofisticação sonora. E só a música sinfônica tem um colorido suficiente para suprir isso", diz o regente Carlos Prazeres. E não deixa de ser uma tentativa de aproximar o jovem da música sinfônica "a qualquer custo".

Mais informações sobre a orquestra no site http://www.petrobrasinfonica.com.br

A Orquestra Petrobrás Sinfônica (OPES) há cinco anos vem convidando músicos de repertório popular para acompanhá-la nos palcos, em concertos pela série MPB & Jazz. Uma das apresentações mais bem-sucedidas dessa mistura de ritmos aconteceu no Rio de Janeiro, em 2005, quando João Bosco se juntou ao conjunto. A parceria agora se repete aqui em Curitiba, no concerto que a OPES realiza neste sábado (22), às 19 horas, no Canal da Música.

O repertório será bem brasileiro. Contempla algumas das composições mais conhecidas de João Bosco e Aldir Blanc, como "Papel Marché", músicas de Ary Barroso, Pixinguinha, Villa-Lobos, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e de Wagner Tiso, o coordenador da série MPB & Jazz. "Ele é o nosso grande parceiro e é o portal da música popular na Petrobrás Sinfônica", diz Carlos Prazeres, regente da série e assistente do maestro Isaac Karabtchevsky na OPES.

Wagner Tiso também participa da apresentação como solista ao piano. Sua ligação com a OPES é de longa data. Começou há uma década, em parcerias para as trilhas sonoras de filmes como O Guarani, de Norma Bengell, e A Ostra e o Vento, de Walter Lima Jr. Mais recentemente, o trabalho conjunto pode ser visto no filme Desafinados, também de Walter Lima Jr. A interação entre músico e orquestra seguiu em diversos concertos, até a criação da série, que integra a temporada da orquestra e já contou com as vozes de Ivan Lins, Paulinho da Viola, Zizi Possi e Edu Lobo, entre outros.

João Bosco se destacou entre os convidados por um sintonia mais afinada com a formação orquestral. "Ele se enquadra bem no repertório sinfônico porque sua voz é capaz de produzir uma orquestra. Tem uma riqueza tímbrica que combina com a da orquestra", elogia Carlos Prazeres.

Na primeira parte do concerto, Wagner Tiso e os instrumentistas da OPES ocupam o palco. A voz e o violão de João Bosco surgem na segunda metade, unindo-se aos demais músicos.

Uma das principais preocupações para essa química funcionar é respeitar as particularidades do artista convidado. "A gente não pode invadir muito a área dele. O João Bosco tem sua maneira de tocar violão e cantar, mas podemos ousar nas introduções e nos finais", explica Tiso.

Da mesma maneira, é preciso estar atento para que a orquestra não se torne um simples acompanhamento do cantor, mas interaja com ele. Um empecilho a ser resolvido, que se impõe pelas diferentes especificidades do mundo clássico e do mundo popular, é que o primeiro é totalmente acústico e o segundo, em geral, amplificado.

"O desafio é fazer com que a orquestra não se esconda por traz desse aparato sonoro popular e também possa mostrar seus timbres. Se não tomarmos esse cuidado, a orquestra será como uma Ferrari dando voltas na garagem, não mostra todo o seu potencial", observa Prazeres.

A compensação a todos os esforços vem da formação de platéia musical que os encontros entre o clássico e o popular permitem. "A idéia principal é misturar as platéias. Em um projeto como esse, a platéia de música erudita tem curiosidade de ver como soa com artistas populares. Já quem gosta de musica popular vai se surpreender com o som da orquestra. Funciona como formação de platéia para os dois lados", acredita Tiso.

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Serviço: Orquestra Petrobrás Sinfônica, com Wagner Tiso (piano) e João Bosco (voz e violão). Sábado, dia 22, às 19 horas. Canal da Música (R. Júlio Perneta, 695), (41) 3331-7447. Ingressos a R$ 20.

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