A cifra de um milhão de espectadores parece pouco provável para espetáculos teatrais, mas essa é a marca de público que a atriz Mônica Martelli conseguiu atrair com o seu monólogo Homens São de Marte... e É pra Lá Que Eu Vou (confira o serviço completo do espetáculo). A peça, que será apresentada em Curitiba neste sábado, no Guairão, ganhou notoriedade após elogios da exigente crítica Bárbara Heliodora na sua estreia, em 2005, além de ter sido premiada como melhor peça de comédia e direção no prêmio Qualidade Brasil, em 2006.
"A minha vida é o antes e o depois dessa peça. Sempre trabalhei, mas, depois do espetáculo, o tipo de trabalho, o contrato, tudo mudou. Me deu um reconhecimento muito grande, uma série de oportunidades", disse a atriz em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, do Rio de Janeiro, enquanto se dividia entre o telefone e os cuidados com a filha Júlia, de um ano e nove meses. Mônica voltou aos palcos quando a filha estava com quatro meses e, hoje, ela a acompanha em algumas viagens. "Quando a temporada é curta, Júlia fica em casa. Mas fica tudo esquematizado com a minha mãe e minha irmã. Filho é uma loucura. Eu fico o dia todo sempre meio sonâmbula."
O texto da peça, também escrito pela atriz, conta a história de Fernanda, uma jornalista de 35 anos, que trabalha como organizadora de casamentos e está ansiosa para encontrar o amor da sua vida. Nessa busca, ela se envolve com os mais diferentes tipos de homens e sempre acha que o escolhido é "o cara". "Sabe aquela pessoa que recebe uma mensagem de Feliz Natal, na noite do dia 24, e acha que significa algo muito importante? Essa é a personagem", conta Mônica.
Durante o espetáculo, a atriz interpreta, além da jornalista, os "rolos" de Fernanda, a melhor amiga e a mãe, que sempre tenta dar uma força para a filha. "Ela escreve um bilhete no Dia dos Namorados dizendo que confia na filha. Aí já tem uma pressão. Solteira depois dos 30 é quase uma profissão", brinca a atriz.
Mônica, que ficou solteira por três anos, começou a colocar no papel aleatoriamente algumas histórias que vivia. Quando resolveu fazer a peça, escreveu o texto em um ano e deixou a personagem no que ela chama de "terceira fase da solteirice". "A primeira é ótima.Você sai a hora que quer. Parece a Disney. A segunda é quando você está bem, mas já começa a procurar um namorado. Na terceira, o buraco é mais embaixo. A pessoa está cansada e quer encontrar logo alguém pra dormir de conchinha."
Porém, a personagem não é colocada como vítima, mas como otimista, o que causa identificação junto ao público, em especial o feminino. "Cada homem que a Fernanda encontra, ela acha que é o amor da sua vida. Ela coloca muita expectativa no amor, que é algo que nós mulheres fazemos. Então, é quase uma terapia em grupo. "
A peça, no entanto, não tem o objetivo de falar mal dos homens. "Eles se divertem muito, pois veem situações que só mulheres são capazes, como ficar por horas com a amiga analisando a ligação de um cara."
Inspiração
Mônica Martelli, que já atuou em novelas como Por Amor, Beleza Pura e, mais recentemente, Ti-ti-ti, tem como principal inspiração as tramas do cineasta Woody Allen. "É um humor atemporal, que gera reflexão. Quando penso em escrever algo falando sobre a relação de um casal, penso que nada mais pode ser escrito depois do filme Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977). Minha peça também não tem piadinhas, e sim um humor de situação. "
Serviço
Homens São de Marte... e É pra Lá Que Eu Vou (confira o serviço completo do espetáculo). Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971), (41) 3304-7900. Sábado, às 21 horas. R$ 70 (plateia), R$ 60 (1º balcão) e R$ 50 (2º balcão).
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