Punição do STJD a Onaireves Moura foi severa e pode piorar ainda mais| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo
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A peça teatral "Fala Baixo, Senão Eu Grito" traz a Curitiba a atriz Ana Beatriz Nogueira e o ator Eriberto Leão, para a estréia nacional da montagem dirigida pelo londrinense Paulo Moraes, vencedor do Prêmio Shell em 2005."Fala Baixo, Senão Eu Grito" é o texto de estréia da dramaturga paulista Leilah Assumpção, lançado em 1969. A primeira montagem teve grande repercussão. Dirigida por Clóvis Bueno e protagonizada por Marília Pêra, a peça recebeu os prêmios Molière e da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT) e tornou-se referência de liberdade feminina.

"O texto tem uma possibilidade imensa de exercício para os atores", diz Ana Beatriz Nogueira, atual intérprete de Mariazinha, uma solteirona frustrada e cheia de recalques. A atriz foi reconhecida internacionalmente com o Urso de Prata no Festival de Berlim apenas dois anos após iniciar sua carreira, em 1987, pela atuação no filme "Vera", de Sérgio Toledo – feito até hoje só realizado por mais duas brasileiras, Marcília Cartaxo e Fernanda Montenegro. Mais tarde, Ana Beatriz tornou-se conhecida do grande público por papéis nas novelas "O Rei do Gado", "Celebridade" e na minissérie "A Casa das Sete Mulheres". Seus últimos trabalhos foram na Record.

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A peça

O texto conta a história de um ladrão que invade o quarto de Mariazinha e desestabiliza a vida acomodada da solteirona. "Ele chega para confrontá-la com os valores de uma liberdade mais radical, não tão apegada às regras da sociedade, que aparentemente livram da solidão, mas na verdade nos colocam cada vez mais na solidão. É um destruidor de ilusões e de valores pré-estabelecidos", descreve Eriberto Leão. O ator diz que se interessou pela peça por aliar as duas características que busca para sua carreira: qualidade e espírito crítico. Atualmente contratado pela Globo, o ator se destacou nas novelas de época "Cabocla" e "Sinhá Moça" e participou da minissérie "Amazônia". Este ano, deve surgir nas telonas como protagonista do filme "Onde Andará Dulce Veiga", de Guilherme de Almeida Prado, com texto do Caio Fernando Abreu.

Na versão de Paulo de Moraes, diretor que fundou a companhia Armazém há 20 anos, em Londrina, mais tarde transferida para o Rio de Janeiro, "Fala Baixo, Senão Eu Grito" tem cenário composto por televisores que exibem informações complementares ou opostas ao desenrolar da trama. Os aparelhos estão lá para realçar o vazio existencial da dona da casa.

"Por mais que a solidão seja atemporal, nessa montagem ela é diferente da solidão da Mariazinha de 1969. Nós temos as telas, o tempo todo, nos fazendo companhia. É uma sensação virtual de companhia, mas não uma sensação real", diz Eriberto Leão. O ladrão entra no quarto de Mariazinha por um desses aparelhos, o que envolve o encontro entre os dois personagens em um clima onírico. O embate que se segue promete ser transformador.

A peça fica em cartaz na capital paranaense até o dia 10 de junho.

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Serviço: "Fala baixo senão eu grito" com Ana Beatriz Nogueira & Eriberto Leão. Direção: Paulo Moraes. Estréia nesta quinta-feira (31) às 21 horas. Sessõa de sexta a sábado às 21 horas e domingo às 18 horas. Teatro Regina Vogue (Shopping Estação, Avenida Sete de Setembro, 2775) Tel.: 0800 723-6900. R$ 40,00.