Altos e baixos
Saiba o que foi bom e ruim no primeiro fim de semana do Rock in Rio:
Sobe
Os shows, em geral, começaram e terminaram no horário programado, sem atrasos significativos
O festival conseguiu melhorar problemas sérios da edição de 2011, como o excesso de lixo e as filas para comprar comida
A diminuição do número de ingressos, de 100 mil para 85 mil em comparação com 2011, fez com que a Cidade do Rock ficasse mais arejada
Os palcos e as atrações criativas da Rock Street ofereceram boas alternativas para o público que não estava interessado nos shows principais
Desce
Bombeiros constataram irregularidades nas saídas de emergência. Uma delas estava trancada com cadeado
O posto avançado da Polícia Civil dentro da Cidade do Rock ficou inoperante durante os três dias
Vazamentos de esgoto provocaram mau cheiro, e o banheiro ao lado do Palco Sunset chegou a ser interditado pelo Procon
Furtos voltaram a acontecer, e até o presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello, ficou sem seu telefone celular
Se a fila pra comer melhorou, as filas para os brinquedos da Cidade do Rock chegaram a superar cinco horas de espera
Nos três primeiros dias de Rock in Rio, o público foi brindado com várias atividades lúdicas: saiu do chão com Ivete Sangalo, rebolou com Beyoncé, cantou junto com o Capital Inicial, tremeu (de emoção e de nervosismo) com a passagem de Jared Leto, do 30 Seconds to Mars, pela tirolesa. Para os quatro dias que encerrarão o festival, a partir da próxima quinta-feira, a notícia boa e a má são uma só: o recreio acabou. Para as noites com Metallica, Bon Jovi, Bruce Springsteen e Iron Maiden nos postos de comando, saem roupas coloridas e entram camisas pretas (das quais se teve um trailer no sábado, com o público de Muse, Offspring e Ramones), sai boa parte dos jovens, entram barrigas e carecas. E o do sábado rock voltará, ainda mais pesado.
Coincidência ou não, o pop dominou o primeiro fim de semana do festival. Na sexta-feira e no domingo, principalmente, proliferavam os casais e grupos de jovens se Beyoncé, Ivete ou Justin Timberlake atraíram grande parte do público, outros saíram de casa para aproveitar o programa Cidade do Rock. Um pulo no festival, uma volta na roda-gigante, uma adrenalina na montanha-russa, um homem de saia tocando gaita de foles na Rock Street. Pois as atrações off-musicais não devem receber a mesma atenção dos fãs de rock-rock (sem pop-rock, folk-rock ou post-rock) da segunda semana. Tradicionalmente, os dias de apresentações de bandas como Iron Maiden e Metallica são aqueles em que o público está mais interessado nos próprios shows do que no fascinante entorno dos palcos da Cidade do Rock: o consumo de cerveja aumenta, e o de frufrus em geral cai. Quem por acaso tiver um ingresso nas mãos e não vir graça nas bandas pode se despencar para a Zona Oeste que vai valer a pena, pelo resto da diversão disponível, sem tantas filas.
Destaques
Foram três dias de entretenimento: a emoção da abertura do festival com a Orquestra Sinfônica Brasileira, o belo tributo a Cazuza, os passinhos de Beyoncé e seus lelekes, as presepadas do hollywoodiano Leto. Se em 2011 o Palco Sunset foi a surpresa, com os encontros inusitados e os nomes menos conhecidos, desta vez ele é uma certeza, e a resposta do público foi melhor ainda no primeiro fim de semana. Depois de Maria Rita usar seu carisma e seu profissionalismo para driblar a microfonia na sexta, o sábado já começou com a agitação de BNegão e Autoramas, sob o sol das 15 horas, no dia seguinte. Ali, o público testemunhou o nascimento de uma nova banda. À noite, o Offspring e a multidão reiteraram de vez que não tem essa de palco principal ou secundário, tudo é música.
E música é o que se ouvirá a partir de quinta-feira, quando, curiosamente (ou não), não haverá mais mulheres entre os artistas do Palco Mundo. Foram-se as belas e cheirosas Florence Welch, Alicia Keys e Jessie J, lá vêm os cinquentões tatuados James Heftield (Metallica), Tom Araya (Slayer) e Jon Bon Jovi, escoltando o macho-alfa Bruce Springsteen, no esplendor de seus quase 64 anos. Samplers, playbacks e mesmo instrumentos simpáticos como saxofones e gaitas serão raros: guitarras, baixos e baterias tomarão conta.