Atualizado em 27/03/2006, às 8h45min

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A atriz Ariclê Perez morreu neste domingo depois de cair do 10º andar de seu apartamento no bairro de classe média alta de Higienópolis, na região central de São Paulo, onde morava há pelo menos dez anos. A polícia paulista está investigando a causa da morte. O corpo de Ariclê foi encontrado às18h40m em frente à porta da garagem do edifício Diana, no número 270 da Rua Maranhão.

Na televisão, seu último trabalho foi em "JK", onde interpretou Júlia Kubitschek, mãe do ex-presidente Juscelino Kubitschek na segunda fase da minissérie. Na primeira fase, o papel foi de Júlia Lemmertz. No último capítulo, que foi ao ar na sexta-feira, o personagem apareceu em um flashback do protagonista, vivido por José Wilker, que relembrava a morte de sua mãe.

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Certa vez a atriz disse que sua "carreira foi construída no teatro". Viúva do diretor de teatro Flávio Rangel, Ariclê estreou nos palcos em 1967 com a peça "Electra" e participou da primeira montagem brasileira da peça "Hair".

Ela também esteve no espetáculo "Hoje é dia de rock". A atriz teve grande sucesso na TV no início da década de 90 na novela "Meu bem, meu mal", onde viveu Rosa Maria Gentil, contracenando com a comediante Zilda Cardoso e com Lima Duarte. Antes disso, só tinha trabalhado em duas novelas da TV Tupi, no fim da década de 70. A última, "Como salvar meu casamento", não terminou porque a emissora acabou. Depois de "Meu bem, meu mal", fez novelas como "Salsa e merengue" e "Felicidade", e minisséries como "Os Maias" e "O memorial de Maria Moura". Fez sucesso também com o personagem Elisinha no remake da novela "Anjo mau".

No cinema, Ariclê Perez trabalhou em apenas três filmes. Estreou na tela grande em 1971 em "Paixão na praia", de Alfredo Sternheim. Em 1981, ela atuou sob a direção de Hector Babenco em "Pixote, a lei do mais fraco", onde viveu uma das professoras do menor carente encarnado por Fernando Ramos da Silva. Seu último filme foi "Quanto vale ou é por quilo", de Sérgio Bianchi, onde teve uma pequena participação, que lhe rendeu um prêmio de atriz coadjuvante no festival do Ceará.

Um dos seus últimos trabalhos no teatro foi em 2002 na peça "Criador e criatura", na qual interpretava Capitu e contracenava com um ator que vivia Machado de Assis.