Rio de Janeiro - O jornalista e médico Antonio Moniz Vianna, crítico de cinema do extinto Correio da Manhã (1946-1973), onde foi redator-chefe e assinava uma coluna de crítica de cinema, morreu no último sábado, aos 84 anos, no Rio de Janeiro.
Moniz Vianna exerceu grande influência sobre as gerações que descobriram a produção de filmes como trabalho artístico e autoral nas décadas de 1950 e 60. Participou da fundação do Museu de Arte Moderna do Rio, no qual organizou a Cinemateca, que dirigiu de 1957 a 1965. Promoveu também as primeiras retrospectivas históricas dos cinemas norte-americano, francês e italiano, que contribuíram, inclusive, para a formação dos jovens reunidos no Cinema Novo, que eclodiu na virada para os anos 60.
O jornalista, no entanto, foi crítico implacável da maioria das produções cinemanovistas. Apesar disso, exerceu uma sedução intelectual que manteve acesa a admiração por parte de vários cineastas do movimento, como Carlos Diegues, Glauber Rocha e Arnaldo Jabor.
Neto de um governador da Bahia, Moniz nasceu em Salvador, em 1924. Veio para o Rio menino. Em 1948, diplomou-se pela Faculdade de Medicina da UFRJ. Tinha 21 anos quando o diretor-proprietário do Correio da Manhã, Paulo Bittencourt, confiou a ele um espaço fixo para fazer a crítica de "Um filme por dia", título de seu livro-coletânea editado em 2004, pela Companhia das Letras.
Moniz Vianna também estruturou e dirigiu os primeiros festivais internacionais de cinema do Rio, os FIF de 1965 e 1969. Fundou o Círculo de Estudos Cinematográficos, cineclube que marcou época, com debates abertos ao público. Foi membro do Conselho Federal de Cultura e do conselho consultivo do Geicine (Grupo Executivo da Indústria Cinematográfica), que deu origem ao projeto do Instituto Nacional do Cinema, no qual surgiram as primeiras fontes de financiamento federal à produção de filmes de longa metragem.
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