Morreu em Nova York nesta quinta (11), aos 85 anos, o saxofonista e compositor norte-americano Ornette Coleman. Ele sofreu uma parada cardíaca, de acordo com um parente.
Coleman foi responsável por alargar os horizontes do jazz e mudar o curso de sua história. Por influência dele no final dos anos 1950 e início da década de 1960, o jazz deixou de seguir tão à risca algumas regras de ritmo e harmonia, tomando certa distância do repertório clássico de ‘standards’ americanos.
Sua música ganhou corpo como um “folk muito bem informado”, segundo o jornal “The New York Times”. Eram melodias simples com linguagem “intuitiva”.
Embora no início sua música estivesse de acordo com os cânones do jazz, em especial como uma espécie de resposta a outro inovador, Charlie Parker, Coleman passou a desafiar a estrutura do jazz com suas próprias ideias para a instrumentação e o processo técnico.
Foi mestre do improviso. Suas improvisações não obedeciam a padrões melódicos, harmônicos ou rítmicos predeterminados. Aparentemente, tudo podia acontecer. Era o “free jazz” (jazz livre).
Coleman, ainda de acordo com o crítico do “New York Times” Ben Ratliff, era mais “volúvel e teórico” do que John Coltrane, outra figura central do jazz, tendo se tornado um “músico-filósofo”, com interesses que iam muito além do jazz. Nos Estados Unidos, era visto como um vanguardista nativo.
Vindo do sul do país, Coleman acabou se tornando um personagem da vida cultural nova-iorquina, frequentando festas vestindo extravagantes ternos de cetim colorido.
Seus álbuns lançados pelo selo Atlântico ainda no início de sua carreira, como “The Shape of Jazz to Come”, “Change of the Century” e “This Is Our Music”, acabaram sendo reconhecidos como alguns dos discos mais importantes da história do jazz.
Veja uma apresentação de Ornette Coleman em 1978:
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