O ator britânico John Hurt morreu na sexta-feira (27), aos 77 anos, após uma longa luta contra um câncer de pâncreas, informou a imprensa britânica na madrugada deste sábado (28).
Revelado em 1978 por seu papel em “O Expresso da Meia-Noite”, Hurt era conhecido por suas atuações em “O Homem Elefante” e “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, entre outros sucessos.
Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “O Expresso da Meia-Noite” e de Melhor Ator por “O Homem Elefante”, Hurt revelou que sofria de câncer de pâncreas em junho de 2015, mas ainda assim continuou atuando.
Nascido em 22 de janeiro de 1940 na inglesa Chesterfield, Hurt abandonou a carreira de professor de artes para estudar na Royal Academy of Dramatic Art, em Londres.
Após uma série de pequenos papéis na TV, Hurt estreou nos palcos britânicos em 1962, com ‘Infanticide in the House of Fred Ginger”, e logo em seguida atuou em seu primeiro longa, “Um Grito de Revolta”.
Em 1966 fez o barão Richard Rich no clássico “O Homem Que Não Vendeu Sua Alma”, de Fred Zinnemann, o que lhe abriu as portas de Hollywood.
Com o “Expresso da Meia-Noite” foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante do filme de Alan Parker sobre um americano detido em uma prisão turca.
Após ter seu peito explodido por uma criatura extraterrestre em “Alien, o Oitavo Passageiro”, Hurt foi indicado ao Oscar de melhor ator por “O Homem-Elefante”, no papel de John Merrick, nascido com uma severa deformação física e exibido em um circo no século 19.
Como o Sr. Ollivander, dono da loja de varinhas mágicas em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, de 2001, Hurt teve sua primeira grande bilheteria, fenômeno que repetiu em “As Relíquias da Morte - Parte 1”, de 2010, e na sequência da saga, em 2011.
Versátil e confiável, Hurt atuou ainda em “Hellboy”, de 2004, “V de Vingança”, 2005, “Indiana Jones - O Segredo da Caveira de Cristal”, 2008, e em “O Expresso do Amanhã”, 2013.
Mas foi como o War Doctor, na popular série britânica Doctor Who, entre 2013 e 2014, que conquistou definitivamente o grande público.
Declarado “Sir” pela rainha Elizabeth II em 2014, John Hurt era filho de uma atriz amadora que o proibiu de ir ao teatro por considerar isto pouco recomendável para o filho de um pastor.
Fã de Edvard Munch, Hurt se voltou primeiro para a pintura e recebeu uma bolsa para estudar na Escola de Arte Saint Martin de Londres.
Em 1960 descobriu sua paixão pelo teatro e se matriculou na prestigiosa Academia Real de Arte Dramática (RADA), onde estudou por dois anos.
Paralelamente aos palcos, estreou na televisão e ganhou fama entre os britânicos por sua interpretação do escritor travesti Quentin Crisp e depois do imperador romano Calígula.
Ele tinha como inspiração o ator Alec Guinness na versão de “Oliver Twist” dirigida por David Lean.
“Foi a primeira vez que vi um ator recorrer na tela à tradição teatral que consiste em colocar-se a serviço de um personagem e não o contrário, o que influenciou o meu trabalho”, disse uma vez.
Últimos anos
Ator de olhar melancólico, Hurt frequentava os pubs do Soho ao lado de Peter O’Toole, Oliver Reed e Lucian Freud. Com frequência interpretava personagens excêntricos.
A voz marcante o levou a ser o narrador em várias oportunidades, como no filme “Dogville” de Lars Von Trier.
Depois de superar problemas de alcoolismo, John Hurt anunciou em 16 de junho de 2015 em seu blog que tinha câncer de pâncreas e afirmou que estava “mais que otimista sobre um fim favorável”.
Marcado pela morte acidental em 1983 de sua namorada, a modelo francesa Marie-Lise Volpelière-Pierrot, John Hurt se casou quatro vezes e teve dois filhos.
Seu papel mais recente no cinema foi o do padre Richard McSorley em “Jackie”, sobre a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Jacqueline Kennedy.
Em julho do ano passado, o ator se viu obrigado a abrir mão de uma peça de teatro por recomendação dos médicos.
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