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Marlos - com Pedro Ken ao fundo - está confirmado entre os titulares | Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
Marlos - com Pedro Ken ao fundo - está confirmado entre os titulares| Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo

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Confira a programação da Mostra Oficial do Festival de Teatro 2007. Os espetáculos serão apresentados, sempre, às 20h30.

• A Alma Imoral – dias 30, 31 e 1.º, no Sesc• A Hora e A Vez de Augusto Matraga – dias 27 e 28, na Reitoria• A Refeição – dias 24 e 25, no Sesc • Ai Que Saudades do Lago – dias 28 e 29, no Guairinha • Apareceu a Margarida – dias 31 e 1.º, no Paiol• As Três Viúvas de Arthur – dias 25 e 26, no Guairinha• Besouro Cordão-de-Ouro – dias 24 e 25, na Casa Vermelha• Colônia Cecília – dias 22 e 23 no Guairinha• Eu Odeio Kombi – dias 28 e 29, na Casa Vermelha• Essa Nossa Juventude – dias 30 e 31, na Reitoria• Línguas Estranhas – dias 23 e 24, no Paiol• Mamãe Foi pro Alasca – True West - dias 27 e 28, no Sesc• O Contêiner – dias 29, 30 e 31, no Barracão• O Incrível Menino na Fotografia – dias 27 e 28, no Paiol• Os Dois Cavalheiros de Verona – dias 22 e 23, no Guairão• Pátria Armada – dias 31 e 1.º, no Guairão• Porcus – dias 31 e 1.º, no Guai-rinha• Primeiro Amor – dias 29 e 30, no Paiol• Sassaricando – dias 26 e 27, no Guairão• Thom Pain – Lady Grey – dias 23 e 24, no Teatro da Reitoria• Zona de Guerra – dias 25, 26 e 27, no Barracão

Assistir a um dos 186 espetáculos que serão apresentados este ano no Fringe, mostra paralela sem curadoria do Festival de Teatro de Curitiba, pode ser um tiro no escuro. Aos que se arriscarem corajosamente na missão, a Mostra Oficial será um espécie de compensação. Neste ano, serão 21 espetáculos – sete inéditos –, selecionados por sua representatividade dentro da produção cênica contemporânea do país.

Os ingressos para o FTC, que acontece de 22 de março a 1.º de abril, começam a ser vendidos amanhã. Mas, antes de correr às bilheterias, vale a pena destrinchar um pouco do que será mostrado por companhias da Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. A julgar pelas referências dos espetáculos, não haverá muitos motivos para se decepções.

Peças inéditas

Serão sete estréias, incluindo as curitibanas Colônia Cecília, de João Luiz Fiani, e Porcus, do Grupo Antropofocus (leia quadro). Entre os inéditos nacionais, pode-se incluir Thom Pain – Lady Grey, do diretor Felipe Hirsch. Sua companhia, a Sutil, tem sede em Curitiba, mas há anos já extrapolou os limites paranaenses. A peça é uma adaptação de dois monólogos do dramaturgo norte-americano Will Eno. O primeiro, "Thom Pain – Baseado em Nada", um dos finalistas do Prêmio Pulitzer de 2005, é a reflexão de um homem comum (o ator Guilherme Weber) sobre a infância, seus desejos, decepções e perdas. "Lady Grey – Em Luz Cada Vez Mais Baixa" é o outro lado do primeiro texto. Nele, uma atriz (Fernanda Farah) tenta preencher seu vazio para conseguir viver.

Quatro companhias paulistas serão responsáveis pelo ineditismo restante. A Refeição, dirigida por Denise Weinberg, utiliza o ato canibal como trampolim para explicar as relações humanas a partir de três histórias. Na primeira, um casal se surpreende com "a potência afetiva" de sua relação, mesmo em um quarto de hospital. Na segunda, um executivo e um mendigo foram um casal improvável. Por fim, um antropólogo se vê acuado ante o pedido de um índio.

Em O Incrível Menino na Fotografia, escrito e dirigido por Fernando Bonassi, o registro fotográfico de um estudante de um Grupo Escolar, quase uma cerimônia oficial para os estudantes do período, transforma-se num terrível pesadelo.

Pátria Armada, de Leonardo Netto e Rodrigo Pitta, é uma espécie de "documentário teatral" sobre a a histórica Batalha da Maria Antônia, que colocou alunos da USP contra alunos do Mackenzie e membros do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), às vésperas do A-I5. Ao mesmo tempo, é uma história de amor entre estudantes de ideologias opostas.

Dois perdidos numa Kombi suja se embrenham na dúvida hamletiana de continuar ou não sua aventura em Eu Odeio Kombi, de Jairo Mattos. O interpretação dos personagens carrega na interpretação circense e poesia nonsense, típica do Teatro do Absurdo.

Diálogo com a sétima arte

Há muito de cinema na versão brasileira de Essa Nossa Juventude, montagem do inglês Kenneth Lonergan (roteirista de Gangues de Nova York, de Martin Scorsese, Máfia no Divã, de Harold Ramis, e Conte Comigo, que dirigiu). Dirigido inicialmente pela cineasta Laís Bodanzky Bicho de Sete Cabeças, o espetáculo chega a Curitiba sob a batuta da atriz Maria Luiza Mendonça, que também adaptou o texto junto com Christiane Riera.

Na tragicomédia, Caio Blat, Simone Spoladore, Frank Borges, Cauã Reymond e a própria Mendonça revezam-se nos papéis de três jovens que vivem 48 horas sem que (aparentemente) nada de especial aconteça. O espectador assiste a tudo como se espiasse pelo buraco da fechadura.

Os já saudosos do Carnaval poderão prolongar o festejo assistindo ao musical Sassaricando, idealizado pela historiadora Rosa Maria Araújo e o jornalista Sérgio Cabral. Durante mais de um ano, eles ouviram 1.400 marchinhas e selecionaram 100 para compor o espetáculo, sucesso absoluto deste verão no Rio de Janeiro. O elenco do espetáculo, dirigido por Cláudio Botelho, é uma espécie de seleção brasileira dos espetáculos musicais: Eduardo Dussek, Soraya Ravenle, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho, Juliana Diniz e Sabrina Korgut, sob o comando do diretor musical Luís Filipe Lima, interpretam as clássicas marchinhas.

Parece que os cariocas gostam mesmo de musicais. Ai Que Saudades do Lago, do Núcleo Informal de Teatro, tem como tema a vida e a obra do ator, compositor, radialista, poeta, ativista político e boêmio Mario Lago. O pano de fundo são as antigas rádios Mayrink Veiga e Nacional.

Outro destaque é a comédia pernambucana As Três Viúvas de Arthur, que traz em seu elenco a atriz Hermila Guedes, uma das revelações de 2006 por sua belíssima atuação no longa O Céu de Suely, de Karim Aïnouz. O nome da peça, realizada a partir do Projeto O Aprendiz Encena, refere-se à reunião de três textos em um mesmo ato de Arthur Azevedo, dramaturgo maranhense do início do século XX.

O Nós do Morro, grupo de teatro originado na favela carioca do Vidigal, dá um toque brasileiro à comédia Dois Cavalheiros de Verona, de William Shakespeare. Em agosto do ano passado, o grupo foi aplaudido ao apresentar a peça no vilarejo natal do bardo inglês, Stratford-Upon-Avon, onde esteve a convite da Royal Shakespeare Company.

Imperdível também é ver nos palcos adaptações nacionais para Samuel Beckett (Primeiro Amor), Eugene O’Neil (Zona de Guerra) e Sam Shepard (True West). A programação completa da Mostra Oficial está disponível no site www.festivaldeteatro.com.br.

Serviço: Festival de Teatro de Curitiba. De 22 de março a 1.º de abril. Ingressos a venda a partir de 26 de fevereiro, a R$26 para a Mostra Oficial; de entrada franca a R$24 para o Fringe e R$20 para o Risorama. Vendas na Bilheteria Central, no Shopping Omar (Av. Vicente Machado, 285), de segunda a sábado, das 10 às 20 horas e, domingo, das 14 às 20 horas; pelo site www.ingressorapido.com.br, ou pelo telefone (41) 4063-6290, de segunda a sábado, das 9 às 22h, e domingos e feriados, das 11 às 19h.

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