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Mostra em São Paulo traz filmes silenciosos exibidos ao som de músicos que tocam ao vivo. Na foto, cena do filme brasileiro Fragmentos da Vida | Agência Brasil
Mostra em São Paulo traz filmes silenciosos exibidos ao som de músicos que tocam ao vivo. Na foto, cena do filme brasileiro Fragmentos da Vida| Foto: Agência Brasil
  • Cena do filme italiano Os Últimos Dias de Pompeia, de 1913

Imagens em movimento que contam histórias sem voz ou som ambiente. Essa é a essência da quinta edição da Jornada Brasileira do Cinema Silencioso, este ano com 57 obras do início do século 20. "É um cinema muito bom. Em vez de uma deficiência, eles aproveitavam o fato de não ser falado para narrar a partir de outros elementos, da montagem, dos atores, da movimentação. Era uma outra linguagem", explica o curador musical do evento, Livio Tragtenberg.Ele foi o responsável por selecionar os músicos que acompanham com performances ao vivo a exibição das películas. As apresentações são praticamente uma atração a parte e têm a finalidade de aproximar os filmes da atualidade. "Trabalho muito pouco com a ideia passadista de ilustrar o filme, uma coisa decorativa na música. A gente tenta atualizar, no sentido de fazer músicas que tragam interesse para o expectador de hoje nesses filmes."

São obras que retratam os ideais e o momento histórico de quando foram produzidas, destaca o curador da mostra Carlos Roberto de Souza. Como exemplo ele cita a série de Maciste, um herói cinematográfico italiano da década de 1910. " Era um herói potente, musculoso e forte da Itália daquela época. É uma coisa muito engraçada, é um seriado de aventuras", conta.

O cinema silencioso italiano é o principal foco da jornada deste ano. "A gente vai ter uma visão geral desse cinema silencioso italiano em suas diferentes manifestações", ressalta Souza. Segundo ele, a Itália foi um dos primeiros países a fazer cinema de importância mundial, "paralelamente ao cinema francês e dos países nórdicos".

Também serão exibidas produções brasileiras, francesas e alemãs. Filmes que, de acordo com Souza, são de difícil acesso para o público em geral, mas que têm recebido atenção crescente. "Há umas décadas [esses filmes] eram redondamente ignorados, ninguém dava importância para eles".

Filmes que Souza faz questão de chamar de silenciosos, em oposição ao termo "mudo", geralmente usado para definir o cinema sem som. "Essa ideia de cinema mudo parece que é um cinema deficiente, um cinema que falta alguma coisa", reclama.

Um dos grandes momentos do festival deverá ser a exibição do italiano de 1913 Os Últimos Dias de Pompeia – ao ar livre no Parque Ibirapuera ao som da Banda Jazz Sinfônica de Diadema. A maior parte da mostra ocorrerá, no entanto, na Cinemateca Brasileira, entre os dias 5 e 14 de agosto.

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