Abre hoje, na SIM Galeria, a exposição Inventário da Pele Fotografia Brasileira Contemporânea (veja serviço completo no Guia Gazeta do Povo). Nove artistas participam da mostra com obras em que misturam técnicas de pintura, moldura, gravura, colagem de filmes fotográficos, entre outras. As fotografias são impressas em suportes diferentes dos convencionais, como em tecidos e telas. Entre os fotógrafos selecionados estão nomes como Rosângela Rennó, Kenji Ota e Tony Camargo.
FOTOS: Veja algumas imagens das peças expostas até dia 02 de junho
O curador Eder Chiodetto aposta em uma junção de elementos de momentos diferentes do desenvolvimento da fotografia para quebrar a visão comum da cronologia da imagem. "A mostra é parte de uma pesquisa histórica da superfície da fotografia, de como o artista investiga para conseguir uma forma de expressão genuína. Por isso, a metáfora de que a fotografia é a pele, essa estrutura porosa onde o artista vai buscar a significação que ele procura, usando, para isso, elementos de diferentes momentos."
Segundo a fotógrafa Letícia Ranzani, que expõe seus trabalhos na mostra, a mudança do lugar comum influencia de maneira decisiva as escolhas na hora de fotografar. "Eu já fotografo pensando como aquela imagem vai se adequar. Algumas imagens eu faço dia nublado, por exemplo procurando situações que vão funcionar melhor na aplicação, já que nem sempre adianta eu fazer uma imagem de alta definição, porque, na hora de aplicar, ela não vai sair."
O artista Tony Camargo também participa da exposição. Ele aponta que a pesquisa aplicada ao seu trabalho investiga como colocar elementos identificáveis em sua obra e, ao mesmo tempo, anular o sentido de significância desses mesmos elementos. "De alguma forma é como se fosse mexer nos temperos de uma cozinha no caso, com uma imagem comunicativa para mostrar a parte visual da coisa, como a imagem acontece e em que contexto ela está inserida."
A SIM Galeria espera que a exposição leve os espectadores a experimentar a fotografia como um elemento importante na história das expressões artísticas. "A galeria é voltada totalmente para a arte contemporânea. A fotografia nada mais é que uma dessas expressões, que também tem um histórico de evolução", diz o diretor da galeria, Guilherme Simões de Assis.
Mais espaço
Tony Camargo percebe em seu trabalho que, além do espaço, o mercado para a comercialização de expressões artísticas menos convencionais ganha força. "Nos últimos três anos eu tenho sobrevivido da comercialização do meu trabalho com as fotografias. Isso se deve muito à grande mudança da economia do Brasil. Em Curitiba, é um pouco diferente, porque aqui a prática de colecionar obras ainda é pouco difundida. Mesmo assim, há um início tímido de uma nova geração de pessoas interessadas", analisa.
Colaborou Antonio Senkovski, especial para a Gazeta do Povo.
Veja algumas imagens das peças expostas até dia 02 de junho:
Exposição: Inventário da Pele Fotografia Brasileira Contemporânea. SIM Galeria (Al. Presidente Taunay, 130A), (41) 3322-1818. Hoje, às 19 horas. Visitação de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábado, das 10 às 16 horas. Até 2 de junho. Entrada franca.
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