O fim de semana trouxe mais gente para a Bienal, onde está acontecendo a 21.ª edição da São Paulo Fashion Week. Pelo menos no sábado, quando até então se mantia a trégua estabelecida pelo PCC. Assim, o evento voltou a ter cara das edições anteriores... Bienal cheia, filas para entrar nos lounges e o já conhecido empurra-empurra para entrar nas salas de desfiles. Isso sem contar com os atrasos que, mais uma vez deixaram o público esperando em torno de uma hora para o início de cada apresentação. Elogios a Samuel Cirnansck que colocou o povo na passarela na hora marcada.

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Por falar nele, o desfile que encerrou o sábado foi feito para mulheres glamurosas: muito patchwork, decotes pronunciados, silhuetas marcadas, vestidões rabo de peixe e bordados e mais bordados. Sua moda é feita em rosa pálido, bordô, pele e toques de preto.

Huis Clos faz moda com o mínimo: poucos detalhes e quase nada de cores. Estampas até tem, mas discretíssimas. Agora, nem por isso, a marca é simples. Conceitual como poucas cai bem em mulheres elegantes de gosto contemporâneo. A leitura não é obvia, mas o resultado é surpreendente. Destaque sempre para os volumes que aparecem em partes variadas das peças e os tecidos tecnológicos.

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Alexandre Herchcovitch trouxe para a passarela homens nada convencionais. Ou melhor, modelos nada convencionais. Homens comuns com estilo próprio. Quase todos de cabelão, com dreads ou madeixas à black power. Isso tudo para personificar a roupa feita com muitas listras, alguns xadrezes, estampas de selva africana, modelagem generosa e a graça dos caftãs (túnicas bem longas) que estão com tudo para a estação.

Moda também pode ser diversão. E nesse quesito, a Zigfreda é campeã. Vestidinhos curtíssimos, coloridos, cheios de volumes e bossa. Estampas de aviões, elementos de optical art, acessórios todos de verniz coloridos completaram a coleção de verão.

Elas conseguiram mídia, arranjaram briga com a grife de luxo mais famosa do Brasil e viraram cult. As meninas da Daspu, marca criada pela ONG Da Vida, defende a auto-estima das prostitutas cariocas, fez um desfile da sua primeira coleção de roupas numa casa noturna de São Paulo. Criadas pela estilista mineira Rafaela Monteiro, as roupas bem pop, coloridas e provocantes, foram apresentadas por profissionais do sexo do Rio e de São Paulo. Destaque para as frases divertidíssimas impressas nas peças e nos acessórios, todas fazendo referência à temática Daspu na BR 69. Mais do que moda, a iniciativa agrada por seu apelo social. Segundo Gabriela Leite, diretora-presidente da ONG, essa foi a forma encontrada para mostrar que elas têm o seu valor e merecem ser respeitadas como mulher e profissionais.