O grande número de apresentações masculinas de stand-up em Curitiba pode dar a impressão de que as mulheres mantêm uma certa distância do humor, mas não é de hoje que boas comediantes brasileiras atraem um público fiel. É o caso das Olívias, grupo de São Paulo que fez sucesso nos palcos com As Olívias Palitam, depois com uma websérie e, desde o ano passado, com um programa no canal pago Multishow.
Sua nova peça, Mulheres com X, chega neste sábado e domingo ao Teatro Regina Vogue (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo), com entrada franca.
A peça é uma reunião de algumas das melhores cenas das Olívias, com tiradas novas mais algo que o público tem aprovado: paródias de músicas dos anos 80. O maior sucesso das garotas nesse gênero é a repaginação da balada "Total Eclipse of The Heart", da cantora galesa Bonnie Tyler.
Haverá também um quadro de improviso, alguns pequenos monólogos e cenas que misturam todas essas linguagens.
Tiração de sarro
Desde que se conheceram na Escola de Arte Dramática da USP, as atrizes Cristiane Wersom, Marianna Armellini, Renata Augusto e Sheila Friedhofer investem em cenas cômicas curtas. "Temos em comum um jeito de olhar o mundo sem levar tudo a sério e tirando sarro de nós mesmas", contou Sheila à reportagem.
"Quando nos encontrávamos para ensaiar, demorava um tempão para começar, até que cada uma contasse tudo o que tinha acontecido na semana. Eram sempre coisas trágicas, mas que a gente contava partindo do bom humor."
Sheila acredita que é impressão o fato de poucas mulheres investirem no humor. Ela lembra que Dercy Gonçalves abriu caminho para tudo o que veio depois, de Fernanda Torres a Dani Calabresa. "Se espera com mais facilidade que o homem seja engraçado, e, da mulher, que seja bonita, educada, delicada. Geralmente, não se espera que seja a mais descolada, despachada, fale palavrão, sente no bar e seja o centro das atenções."
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