A partir deste domingo, você vai conhecer Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista), três executivas sofisticadas, habitués dos melhores hotéis, lojas e restaurantes de São Paulo, que resolvem turbinar suas atividades com estratégias de marketing. Acontece que o "ramo" das três profissionais é a prostituição. Elas são garotas de programa de luxo. Este é o argumento de O Negócio, série nacional que estreia no domingo, às 21 horas, na HBO.
"A série é sobre três jovens lindas e sofisticadas que resolvem fazer uma revolução do setor da economia em que trabalham, que é de necessidade básica e não usava o conceito de gestão que outros setores da economia usam. Ela reflete o universo do poder e das mulheres como executivas. Elas se posicionam como uma geração empreendedora", resume Luca Paiva Mello, criador da atração.
O projeto acabou dando uma utilidade aos livros de marketing que Luca recebia do pai, quando ainda estava decidindo o que fazer da vida: "Quando eu era um moleque de 17 anos, e estava para fazer o vestibular, meu pai me empanturrava com livros de marketing, porque achava que eu devia trabalhar numa grande corporação. Mas eu queria ser pianista", lembra ele. "Vinte e cinco anos depois, eu estava com o Rodrigo Castilho [roteirista], pensando em alguns projetos para a HBO, e veio a ideia: por que não o sexo e o mundo dos negócios, dois dos motores mais poderosos da sociedade? E aqueles velhos livros acabaram nos servindo para alguma coisa..."
O primeiro dos 13 episódios mostra como Karin, uma garota de programa que cobra R$ 300 por hora e está insatisfeita não com a profissão, mas com as estratégias (ou a falta delas) para conseguir clientes, rompe com o seu booker (o popular cafetão) e passa a gerenciar sua carreira sozinha. Conversando com um cliente da amiga e também garota de programa Luna, ela tem a ideia de pesquisar sobre marketing e aplicá-lo à prostituição.
Karin terá duas sócias na empresa que montará: Luna é uma universitária não muito dedicada aos estudos que se prostitui sem o conhecimento da família e procura um pretendente rico para se casar. Magali é de uma família que já teve muito dinheiro, mas faliu, e faz sexo em troca de diárias em hotéis luxuosos e jantares chiques. As três circulam com naturalidade pelo universo de luxo paulistano.
A pedido da direção da série, as três não conversaram com outras profissionais do sexo durante a preparação. "Se queremos representar garotas classe AAA de São Paulo, não valia a pena procurar o estereótipo de garota de programa e frequentar lugares que elas frequentam", explica Michelle Batista. "As mulheres que representamos são de classe alta, iguais a quaisquer outras. A gente precisava conhecer esse universo, dos hotéis e restaurantes luxuosos. Era muito fácil cair numa coisa de vestido colado e curto, peito na bandeja, no lugar-comum de uma mulher de programa que se vende a qualquer preço."
A única das três protagonistas que já havia interpretado uma prostituta é Juliana Schalch: "Eu fiz a Alana, que era uma garota de programa no filme E Aí, Comeu? Ela era bem próxima da Luna, ambas eram meninas de classe média, frequentavam a faculdade e não tinham essa coisa de cair na vida por necessidade ou submissão. As duas escolheram essa profissão", destaca.
A série também teve a preocupação de fazer uma abordagem original do tema: "Esse universo do sexo pago, das garotas de programa de luxo, já foi explorado de diversas formas. De nossa parte, tentamos fugir da forma com que ele normalmente é tratado, apologética, vitimizadora ou recriminatória. Em O Negócio não quisemos dar nenhuma camada de julgamento moral".
Além do trio protagonista, estão no elenco Gabriel Godoy, Johnnas Oliva, João Gabriel Vasconcellos e os curitibanos Guilherme Weber e Pedro Inoue. A direção é de Michel Tikhomiroff.