Benefícios
Veja alguns pontos trabalhados pelo exercício do balé clássico:
Alinhamento corporal (postura)
Flexibilidade Alongamento Estímulo da motricidade
Estímulo à organização, autoestima e até a manter uma atitude positiva
Diferenças
Um contraponto em relação à dança contemporânea e ao jazz: a maior exigência e as aulas mais frequentes à medida que se evolui.
Sai o som eletrônico, entra a música clássica. Tem gente abandonando as academias de ginástica para ir malhar diante dos espelhos e barras do balé clássico. O desconforto com o ambiente e o tipo de atividade proposto pelas aulas de spinning e musculação, somado à afinidade com a dança, respondem por parte dessa tendência: não é difícil encontrar quem tenha iniciado no balé clássico já adulto, ou voltado a ele depois de muito tempo longe das sapatilhas.
"Hoje em dia as pessoas não têm mais medo de trabalhar o corpo, e algumas não gostam de academia. Querem a música clássica, a dança", acredita a diretora da academia que leva seu nome, Eliane Fetzer.
A escola tem cerca de 40 alunos de balé clássico adulto, divididos entre aqueles que desejam apenas manter-se saudáveis e quem pretende manter a técnica da dança e se aprimorar nela.
Como comparação, as turmas de dança contemporânea da escola também somam cerca de 40 alunos, e o jazz, mais popular, tem cerca de 100.
"O nível técnico dos adultos que começam é de iniciante, mas a maturidade e a assimilação não são como as da criança", explica Cintia Napoli, que dirige a escola de dança só para adultos Vila Arte. Na modalidade clássico, são cerca de 50 alunos. Ela enfatiza a necessidade de se respeitar os objetivos do aluno, que não necessariamente incluem tornar-se um profissional da área.
É o caso de Heloisa Cassou, de 46 anos, que entrou neste ano nas aulas de balé clássico da academia Quebra Nozes depois de ficar muito tempo parada. "Devo ser das mais velhas da turma. Mesmo tendo mais experiência do que os jovens, preferi entrar no iniciante e ir crescendo junto com a turma", conta. A alegria foi perceber que a musculatura mantinha uma "memória" dos exercícios e aos poucos retornou à ativa. No ano que vem, toda a turma fará aulas três vezes por semana, uma exigência do nível intermediário.
"Abri as turmas em 2004 e a demanda foi tanta, a ponto de já termos três níveis diferentes", conta a diretora da escola, Aline Miyazato. Uma ponderação que ela sempre faz é com relação aos adultos que já chegam com dores em alguma parte do corpo algo raro entre crianças. Nesses casos, é preciso acompanhar a lesão e evitar movimentos que a intensifiquem.
Poréns
Isadora Brizolara, aluna do Quebra Nozes, avisa a quem estiver pensando em trocar a academia pelos jetés (saltos) que este não é um exercício que necessariamente emagrece. "Faço para ter mais força nos músculos", conta.
Estudante de publicidade e propaganda, ela percebe que seus colegas acham estranho que ela integre uma turma de balé básico, aos 20 anos.
Mas quem começa mais tarde também tem o direito de se apaixonar pela dança, como ocorre com Julia Meirelles, estudante de arquitetura de 25 anos que vestiu as sapatilhas com 18, idade considerada "anciã" para o clássico. Mas ela tinha em mente ser bailarina profissional, e, mesmo enfocando o jazz, precisava do clássico para arrumar a postura. "Quis me limpar, arrumar os movimentos para poder crescer", explica. Hoje ela dá aulas de dança e integra uma companhia.
Em tempo: apesar de todas as entrevistadas da matéria serem mulheres, as escolas têm também muitos homens matriculados com grande número de artistas de outras áreas, como visuais e teatro, em busca de uma complementação.
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