Exposições
Veja esta e outras mostras no Guia Gazeta do Povo
Desde a infância, quando passava temporadas no Rio de Janeiro passeando pelo Museu de Arte Moderna (MAM), o maringaense Paolo Ridolfi sabia que seria artista plástico mesmo que a convicção não fosse tão comum, ainda mais para quem vivia em uma cidade do interior. A suposta "limitação" que Maringá poderia impor não foi desculpa para que Ridolfi não fosse longe na profissão: museus como o Oscar Niemeyer (MON) e a coleção Marcantônio Vilaça, uma das mais importantes do país, têm obras suas.
Hoje, ele abre sua quinta exposição individual, Transfigurações, no Museu Municipal de Arte (MuMa) Portão Cultural, com obras feitas desde o início de sua carreira (em 1988), quando expôs individualmente pela primeira vez na Casa Triângulo, de São Paulo (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). Porém, a mostra, que tem curadoria do crítico Arthur do Carmo, não é uma retrospectiva. "É mais um acordo entre eu e o curador", explica Ridolfi, que se diz "contente" de os trabalhos serem mostrados em seu estado natal.
Nascido em Maringá em 1962 e filho de pais cariocas, Ridolfi diz que o ambiente familiar (toda a família é envolvida na área e gosta de colecionar arte) o estimulou, mas acredita que foi uma identificação pessoal que o fez seguir o caminho. "Tenho três irmãos e eles não se flecharam por isso."
As visitas ao MAM do Rio foram alguns dos momentos mais marcantes, e decisivos, para saber que trabalharia com arte. "Era muito fascinante cada vez que eu olhava para o MAM, não só para as obras nas paredes, mas também para o prédio", conta.
Apesar de se sentir muito confortável em museus ele fala que é impossível não se emocionar quando fica embaixo do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) pode-se dizer que Ridolfi tem uma relação ambígua com os grandes espaços. O fato de suas obras serem expostas em uma instituição pública o satisfaz. "Fico feliz de imaginar que pessoas que não conheço possam ver o meu trabalho, gostar, ou achar feio." Mas ele também aprecia a ideia da obra de arte dentro de casa. "O museu é mais instável para a obra. Ela viaja, vai para uma exposição, fica no acervo. Em um ambiente de colecionador, a convivência pode criar uma intimidade com a obra. Isso enriquece a relação com o espectador", crê.
O estímulo das grandes cidades é algo importante para Ridolfi, mas ele não abre mão de Maringá. "Gosto de morar numa cidade pequena, onde eu possa voltar e almoçar em casa. Com esposa e filhos, talvez eu ficasse mais preocupado se morasse em uma cidade maior." Representado pela SIM Galeria (de Curitiba), o artista enxerga na distância uma vantagem. "O trabalho tem de amadurecer para ganhar o mundo. Gosto que outras pessoas olhem para a possibilidade de morar no interior e fazer seu trabalho artístico."
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