A capital da moda da Itália está agitada devido a uma campanha contra modelos muito magras feita na semana da moda de Madri. Milão teme que isso possa interferir em seus desfiles daqui a duas semanas.
A prefeita de Milão, Letizia Moratti, disse a um jornal nesta semana que ela pode repetir o que aconteceu na Espanha, proibindo que modelos esqueléticas desfilem no país.
Madri está dispensando modelos cujo índice de massa corporal, baseado no peso e na altura, ficar abaixo de certo nível.
- Com esse tipo de regras, teríamos que dispensar 80 por cento das modelos. Naomi Campbell não poderia desfilar, ela seria magra demais - disse Riccardo Gay, chefe da agência de modelos do mesmo nome que costuma representar Campbell em Milão.
Ele também disse que Madri havia exagerado a questão.
- Alguns estilistas usaram modelos extremamente magras, mas nós não. Nós dizemos às modelos que se exercitem, comam bem, vão para cama cedo - regras sensatas - acrescentou.
O governo regional de Madri impôs as regras sobre a semana da moda para proteger as modelos e as adolescentes, que desenvolvem anorexia ao tentar copiar o peso das estrelas das passarelas.
Mario Boselli, chefe da Câmara do Comércio da Indústria da Moda, disse que a anorexia era um "fenômeno raro" no comércio da moda.
- Não se soluciona esses problemas com novas regras. Temos que usar senso comum e trabalhar com todos na indústria, incluindo as modelos, para disseminar a consciência e lidar com o problema - disse Boselli à Reuters.
Moratti não estava disponível para comentar, pois viajou ao Japão.
A Semana da Moda de Milão, que junta estilistas de peso como Versace, Armani, Gucci e Prada, começa em 23 de setembro.
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