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Rafhael Motomoura é um especialista em fazer concursos | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Rafhael Motomoura é um especialista em fazer concursos| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

"Beyond the hills", de Cristian Mungiu – destaque, na última sexta feira, das prévias para a imprensa do Festival de Nova York (28.09 a 14.10) – é mais uma demonstração da qualidade do cinema romeno com filmes como 4 meses, 3 semanas e 2 dias, do próprio Mungiu, Police, adjective, de Corneliu Porumboiu e A morte do senhor Lazarescu, de Cristi Puiu, apenas para citar alguns.

Embora tenha dividido opiniões em Cannes –onde ganhou o prêmio de roteiro – Beyond the hills foi bem recebido aqui. O cinema da Romênia já tem um público cativo no festival, que está celebrando sua 50ª edição.

O novo trabalho de Mungiu conta uma história de amor, livre arbítrio, possessão, exorcismo e é mesmo um filme para se amar ou odiar, justamente pelo paradoxo de expor uma situação profundamente complexa e ao mesmo tempo tão lírica.

O filme segue Alina (Cristina Flutur) uma jovem que volta da Alemanha para visitar sua amiga Volchita (Cosmina Stratan) e a encontra vivendo num monastério ortodoxo. Ao contestar os dogmas do lugar, seu comportamento é visto como um caso de possessão e sofrerá as imposições de um padre poderoso. No festival francês, as duas atrizes dividiram o prêmio da categoria.

Na coletiva com a imprensa, o diretor falou sobre a inspiração para o filme e qual reação espera dos espectadores. Leia os principais trechos:

Qual a origem do projeto?

Em 2005, eu li a história de uma jovem que foi visitar uma amiga num remoto e pequeno monastério da Moldávia e terminou morrendo poucas semanas depois de um mal que a imprensa chamou de exorcismo. Uma jornalista da BBC em Londres, Tatiana Niculescu Bran, se interessou pelo caso, investigou os eventos por alguns anos e publicou dois livros sobre o episódio.

O filme foi feito a partir desse incidente?

O assunto também me interessou, mas do ponto de vista de um filme, a história era muito sensacional, muito melodramática. Meu roteiro não é sobre o que aconteceu naquele monastério e eu fiquei longe da história original o quanto pude.

Qual foi então a inspiração para contar essa história? Uma grande parte dos erros cometidos neste mundo foi perpetrada em nome da fé e com absoluta convicção de que foram feitos por uma boa causa. Isso foi fundamentalmente o que me motivou a trazer o tema para as telas.

Como foi a escolha do elenco?

Eu já conhecia o trabalho de alguns atores, mas as protagonistas são estreantes. No caso de Cosmina, ela era jornalista, tinha me entrevistado alguns meses atrás e, na ocasião, eu disse à minha equipe que deveríamos prestar atenção nela.

O que espera com o filme?

Eu espero que os espectadores expressem sua opinião não importa de que lado eles estejam, é importante não ficar passivo. Espero ainda que o filme seja compreendido até mais fora do meu país do que em casa.

E qual reação espera da Igreja ortodoxa?

Eu não tenho certeza se a Igreja Ortodoxa vai ter uma opinião oficial.

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