"Lost highway" foi gravado em Nashville| Foto: Divulgação/site da banda

Gravuras mínimas e em grandes proporções, cartoons e fotografias ilustram as paredes do Solar do Barão a partir desta quinta-feira (21), com a abertura das exposições de cinco artistas paranaenses: Estela Sandrini, Denise Roman, Maria Lúcia de Júlio, Pryscila Vieira e Vilma Slomp.

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A tataravó de Estela Sandrini foi a primeira professora brasileira a dar aulas para o jardim de infância, conceito antes inexistente no país – sem recorrer a castigos, artifício comum para silenciar as crianças no fim do século 19.

Impressionada com as histórias que ouvia sobre sua antepassada, Estela decidiu homenageá-la na mostra Gravuras dos Anos 80, uma retrospectiva do trabalho da artista durante uma década dedicada a gravuras que representam o imaginário feminino. Além das figuras de mulheres propriamente ditas, Estela apresenta obras em que o feminino é projetado nas imagens de cadeiras, símbolos da paciência, reflexão e espera.

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Denise Roman e Maria Lúcia de Julio partilham a exposição Gravuras no Mínimo. As criações de Denise, que há 20 anos orienta o ateliê de litografia, mal ultrapassam os dois centímetros. Suas gravações em metal apresentam "meninas em ação", uma série de garotas que pulam corda e andam de bicicleta, impressas em tiras seqüenciais. O buril, antigamente usado na ourivesaria, foi o instrumento usado pela artista para dar movimento às suas ilustrações.

Maria Lúcia, por sua vez, enfrenta o desafio de retratar paisagens detalhadas no espaço restrito de suas pequenas gravuras, com traços que se assemelham a lápis crayon e aquarela. A mostra começa com uma série de ilustrações da natureza e de construções urbanas, feitas a partir de fotografias e do desenho de observação, e segue com gravuras de homens e mulheres solitários e acompanhados. As obras, criadas desde o ano passado, serão apresentadas pela primeira vez ao público.

As cores, traços e temas de Pryscila Vieira "destoam da seriedade" das gravuras exibidas pelas outras artistas, segundo a própria cartunista. Sua principal personagem é uma boneca inflável, a protagonista da mostra Amely – Uma Mulher de Verdade. Para criar a boneca, Pryscila diz ter se inspirado em "Ai que Saudades da Amélia", de Mário Lago e Ataulfo Alves. O artefato erótico vem com um defeito de fábrica: Amely fala e pensa. E crê que é uma mulher real, envolta aos modernos dramas femininos. Alguns desenhos da exposição foram criados em parceria com cartunistas convidados, como Benett, Otto e Paixão, entre outros. Outras aventuras de Amely podem ser vistas no site www.amely. com.br.

Serviço: Gravuras dos anos 80, de Estela Sandrini; e Gravuras no Mínimo, de Denise Roman e Maria Lúcia de Júlio. Até 29 de julho. Amely – Uma Mulher de Verdade, de Pryscila Vieira. Até 5 de agosto.Museu da Gravura (Centro Cultural Solar do Barão – R. Carlos Cavalcanti, 533), (41) 3321-3242. Abertura hoje, às 19h. Terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h, sábado e domingo das 12h às 18h.