Prédio foi destruído em 21 de dezembro do ano passado| Foto: Gilberto Marques/A2IMG

Em uma estimativa otimista, o Museu da Língua Portuguesa, localizado no prédio da Estação da Luz, Centro de São Paulo, deve ser reaberto ao público dentro de dois anos. A previsão foi feita por Antônio Carlos Sartini, diretor técnico da instituição, que participou nesta segunda-feira do seminário “Museu da Língua Portuguesa, conquistas e desafios”, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado, pela Fundação Roberto Marinho e pela organização social ID Brasil. O evento, cujo objetivo é analisar resultados de dez anos de atividades do museu, terminou na terça-feira (2) com mais uma conferência, dois painéis e um pronunciamento do secretário da Cultura do Estado, Marcelo Mattos de Araújo.

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“É muito precipitado falar em uma data, em calendário. Um grupo mais otimista, do qual eu faço parte, imagina alguma coisa em torno de dois anos e alguns meses para que possamos entregar novamente o Museu da Língua Portuguesa para a população”, disse Sartini .

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Destruído por um incêndio no dia 21 de dezembro do ano passado, o Museu da Língua Portuguesa passa hoje por ações emergenciais para preservar o conjunto arquitetônico das chuvas e liberar os espaços para os trabalhos de restauro e recuperação do edifício da Estação da Luz. Entre os trabalhos que ainda estão sendo executados, estão a retirada de escombros, a impermeabilização das lajes expostas, a instalação de sistemas de drenagem e a construção de uma cobertura provisória.

“Tendo em vista que o incêndio foi quatro meses atrás, estamos bastante adiantados. Estamos terminando a parte de limpeza, higienização e preparando o terreno para as obras de restauro. Lembrando que temos uma série de procedimentos que tem de ser feitos junto aos órgãos de preservação histórica”, disse o diretor técnico do museu.

Também estão em andamento as negociações com a seguradora do museu para definir a indenização, cujo prêmio tem teto de R$ 45 milhões. O valor seria insuficiente para a realização das obras, razão pela qual o governo do Estado e a Fundação Roberto Marinho articulam junto à iniciativa privada recursos adicionais para a reconstrução e restauro das áreas afetadas, assim como a adaptação do projeto arquitetônico desenvolvido em 2006 pelo escritório dos arquitetos Pedro e Paulo Mendes da Rocha.

Primeiros passos

“Vamos começar a recuperação da fachada pelas janelas, enquanto a gente está revisitando o conteúdo”, disse Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, também presente ao seminário. “Muito antes do incêndio, estávamos conversando com o governo de São Paulo e a direção do museu, para revitalizarmos o conteúdo, após dez anos de atividades. Esse seminário vem ao encontro desses objetivos: pensar como podemos melhorar o conteúdo, sem nos desviarmos de nossas metas.”

Em 21 de dezembro, o incêndio começou no primeiro andar do edifício e se espalhou para o segundo e terceiro pavimentos. As chamas se propagaram rapidamente em razão de a estrutura interna ser composta principalmente de madeira. No dia, o museu estava fechado para visitação. Em janeiro, foi firmado convênio entre a secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil, com o objetivo de reconstruir o Museu da Língua Portuguesa no menor prazo possível.

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Concebido e implantado pela Fundação Roberto Marinho em convênio com o governo do Estado de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa foi aberto ao público em 21 de março de 2006, usando tecnologia de ponta para apresentação de conteúdo virtual e interativo. Todo o projeto foi avaliado em cerca de R$ 37 milhões, que foram usados para financiar a criação, pesquisa, implantação do museu e restauro do prédio da Estação da Luz. Até dezembro do ano passado, o museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes.