Trio
Saiba mais sobre os três músicos que participam do concerto Imagine: a Canção Inglesa de Purcell aos Beatles
Silvana Scarinci
Alaudista, teve aulas com o francês Vincent Dumestre. Em 2001, fundou o grupo Anima Fortis, especializado em música escrita por mulheres do período barroco. Participa de várias produções de ópera barroca e desde o ano passado é professora do curso de Música da UFPR.
Paulo Mestre
Contratenor, natural de Curitiba, vem desenvolvendo importante carreira como solista. Destacou-se em apresentações internacionais em Washington com a Camerata Antiqua de Curitiba, grupo que integrou por vários anos. Realizou turnês na França, Alemanha em vários países da América Latina.
Joëlle Morton
Intérprete canadense e professora conhecida na América do Norte e Europa, especializada em vários instrumentos antigos, incluindo as violas da gamba renascentista e barroca, violone e contrabaixo.
À primeira vista, parece haver pouco (ou quase nada) em comum entre a obra musical do compositor barroco Henry Purcell (1659-1695) e as canções de John Lennon (1940-1980), Paul McCartney, George Harrison (1943-2001) e Ringo Starr. À exceção de todos eles serem britânicos, fica difícil traçar algum pararelo entre as composições eruditas criadas há mais de três séculos por Purcell e as clássicas melodias dos Beatles, lançadas há apenas três décadas.
As instrumentistas Silvana Scarinci e Joëlle Morton, ao lado do contratenor Paulo Mestre, conseguiram essa façanha: encontraram pontos em comum entre os dois repertórios, aparentemente tão distintos. O resultado poderá ser conferido hoje e amanhã, às 20 horas, na Capela Santa Maria, quando o trio apresenta o concerto Imagine: a Canção Inglesa de Purcell aos Beatles (confira o serviço completo). "Encontramos elementos do barroco na música dos Beatles, como estruturas que se repetem e temas que dialogam entre si. Para nós, foi uma grande novidade", conta o solista curitibano Paulo Mestre.
Além das estruturas musicais, Silvana aponta entre as semalhanças a melancolia recorrente nas composições desses autores. "Essa é uma característica tipicamente inglesa, que atravessa os séculos. É uma melancolia crônica, mesclada a um humor ácido, irônico", explica, comparando a dupla de canções "Eleanor Rigby" (Beatles) e "O Solitude" (Purcell).
Interpretadas com instrumentos de música antiga teorba e viola de gamba , na potente voz de Mestre, as canções do quarteto britânico acabaram ganhando arranjos inusitados, que surpreenderam até mesmo os músicos que integram o projeto. "Alguns arranjos são bem fiéis às canções originais. Já outros ficaram totalmente diferentes, verdadeiras composições", revela Silvana, citando "While My Guitar Gently Wheeps" e "Michelle" entre as mais impressionantes. "Gostaria de saber qual será a reação dos fãs", diverte-se a alaudista, curiosa quanto à apreciação dos beatlemaníacos que devem comparecer ao concerto.
Para compor o repertório, o trio buscou um fio narrativo que conectasse as canções, encontrado a partir das letras. "Eu interpreto um jovem que vai amadurecendo com o passar do tempo e cada música representa uma fase de sua vida", conta Mestre. No final, tudo acaba em "Imagine" (John Lennon), que, segundo o solista, "representa a maturidade".
Serviço:
Imagine: a Canção Inglesa de Purcell aos Beatles. Capela Santa Maria Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dias 28 e 29, às 20 horas. Ingressos a R$ 10 e R$ 5. Confira o serviço completo
Workshop sobre Música de Câmara, com Silvana Scarinci, Joëlle Morton e Paulo Mestre. Capela Santa Maria Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dia 30, das 14 às 18 horas. Entrada franca.
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