Às vésperas da Copa do Mundo, duas das principais tradições musicais do planeta fazem um duelo à parte em Curitiba. A França terra de Rameau, Debussy e Ravel entra em campo com Ernest Chausson. A Alemanha que deu ao mundo Bach, Handel e Brahms apresenta suas armas com Beethoven. Cada um deles ganha um concerto na cidade com grupos diferentes. A boa notícia, para quem gosta de música clássica, é que quem quiser poderá ouvir os dois, que ocorrem em horários diferentes.
Beethoven é o tema principal do concerto de aniversário de 21 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná. Com regência de Alessandro Sangiorgi e com a participação do solista irlandês John OConnor, a orquestra toca uma das mais famosas obras do compositor, o Concerto n.º5 para Piano e Orquestra, também conhecido como o Imperador. O pianista também toca o Concerto n.º3 de Beethoven para completar o programa.
Os concertos mostram o caminho que a música alemã tomou depois do fim do classicismo, com uma música altamente emocional, de proporções maiores e baseada em formatos fixos, como a forma-sonata. A apresentação acontece hoje à noite no Guairão e tem uma segunda sessão marcada para amanhã. No domingo, no entanto, o Concerto n.º3 será substituído pela Sinfonia n.º5 de Dimitri Schostakovich. A inclusão serve como uma homenagem ao compositor russo, que nasceu em 1906, exatos 100 anos atrás.
O Festival Chausson, apresentado no Teatro do Unicenp, mostra o início de uma reação francesa ao domínio que os alemães estavam conseguindo impor no século 19. "Chausson é uma espécie de pré-impressionista", afirma o maestro Osvaldo Colarusso, diretor musical da série Domingo no Câmpus. Para dar uma mostra de como era a música de Chausson, que começou a criar novas harmonias e novos formatos, que depois seriam considerados tipicamente franceses, Colarusso escolheu o Concerto em Ré Maior para Violino, Piano e Quinteto de Cordas. A apresentação será feita pelo Ensemble Unicenp, o mais novo grupo de câmara da cidade, com solo de Maria Esther Brandão ao violino e de Olga Kiun. Depois do encerramento do ciclo de música francesa, o Unicenp inicia no próximo fim de semana uma série de concertos em homenagem aos 250 anos de Mozart. Quem prefere torcer pelos austríacos, pelo menos na música, terá uma boa chance de se divertir.
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