Bob Dylan: silêncio irritou acadêmico sueco| Foto: Mandel Ngan/AFP

Um membro eminente da Academia Sueca criticou nesta sexta-feira (21) o comportamento “arrogante” de Bob Dylan, que ficou em silêncio depois do anúncio de seu prêmio Nobel de Literatura, em 13 de outubro.

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Dylan, de 75 anos, não respondeu às insistentes ligações da Academia, nem reagiu de nenhuma forma ao anúncio de seu prêmio, comemorado por uns e criticado por outros, e que provocou um grande alvoroço nas redes sociais.

“É mal-educado e arrogante. É isso que ele é”, disse o acadêmico Per Wästberg, cujas declarações foram coletadas pela emissora pública SVT.

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Na mesma noite do anúncio, Dylan fez um show em Las Vegas limitando-se a cantar, sem falar nada para seu público. Terminou seu espetáculo cantando a música de Frank Sinatra “Why try to change me now?” (“Por que tentar me mudar agora?”, em tradução livre), um possível aviso a sua aversão à imprensa.

Sua conta no Twitter publicou a decisão da Academia Sueca e a parabenização do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a menção “Vencedor do Prêmio Nobel da Paz” apareceu em sua página na Internet quatro dias depois. Entretanto, na sexta-feira, essa menção havia sumido.

“É uma situação absolutamente inédita, mas ele pode se manifestar até a festa”, destacou Per Wästberg, referindo-se à tradicional cerimônia de entrega do prêmio, no próximo 10 de dezembro, em Estocolmo.

Em seu blog, Anders Bárány, membro da Real Academia Sueca de Ciências, que dividiu o Nobel de Ciências, contou que Albert Einstein também ignorou os acadêmicos após seu prêmio de Física em 1921. Em 1964, o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o prêmio Nobel de Literatura.

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Mas uma recusa não muda nada, pois o nome do premiado continua gravado no mármore da lista de ganhadores do Nobel, recordou a escritora e redatora-chefe das páginas de Cultura do jornal Aftonbladet, Asa Linderborg, opinando que Dylan não comparecerá em Estocolmo.

“A hipótese de sua aparição em Estocolmo no dia 10 de dezembro é cada vez menos plausível, sobretudo depois das declarações de Per Wästberg”, escreveu.