Aconteceu em junho de 1965. Durante o verão europeu, os Beatles fizeram a sua maior e (hoje sabemos) última grande turnê. Nos shows em Milão, Gênova e Roma os produtores tiveram a ideia de chamar o maior astro da “música jovem” local para a abertura: Peppino di Capri.
Então com 26 anos, Peppino colecionava sucessos em rádio e disco com canções românticas, twists e versões para o italiano de músicas americanas e dos Beatles.
O frenesi da passagem dos Fab Four, porém, mudou o cenário da música na Itália. Muitos artistas passaram a imitar ou migraram para o estilo dos Beatles, mas Peppino caminhava para o sentido inverso.
Peppino Di Capri
5 de novembro
21h
Teatro Guaíra.
Ingressos de R$ 450 a 120.
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“Surgiram centenas de grupos de rock na linha dos Beatles, mas eu já estava fazendo a minha própria música”, diz o cantor em entrevista à Gazeta do Povo.
Peppino criara seu estilo próprio como cantor romântico e não sucumbiu às exigências de produtores para se tornar o “Paul McCartney italiano”. O resultado foi um período difícil de quase uma década fora da mídia, com vendas de discos pequenas. “Artisticamente foi o tempo mais complicado da minha vida”.
Declínio do qual se livrou totalmente na década seguinte. O sucesso internacional o tornou um embaixador da música romântica italiana.
“A canção romântica sempre terá espaço no mundo enquanto as pessoas continuarem gostando uma das outras”.
Cartaz do show de Peppino e dos Beatles em Roma, em 1965.
Peppino promete altas doses de romantismo no show que fará no próximo dia 5 de novembro, no Teatro Guaíra. O cantor irá cantar alguns de seus grandes sucessos como “Roberta”, “Un Grande Amore e Niente Piu” e “Champagne”.
Sobre esta última canção, Peppino, que é nascido na Ilha de Capri, no golfo de Nápoles, conta que tem sido cobrado por seus conterrâneos pelo fato de fazer há mais de quarenta anos a propaganda gratuita das qualidades românticas do champagne francês.
“As pessoas brincam comigo: ‘por que você não muda a letra para um produto italiano?’. Pessoalmente, eu mesmo prefiro um espumante italiano ou um bom l imoncello de Capri (licor de limão típico da sua ilha natal)”.
Com sessenta anos de carreira, Peppino garante que está em melhor forma do que nunca. “Eu nasci numa família de músicos e a música sempre foi e sempre será a única opção da minha vida. Vou com ela até o fim”.
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