Depois de tocar no concerto de abertura da Oficina de Música com a Camerata Antiqua de Curitiba nesta quinta-feira (7), em sua segunda participação consecutiva no festival, o violoncelista Antonio Meneses sobe sozinho no palco do Teatro Paiol neste sábado (9), às 18h30.
Um dos principais nomes do violoncelo no mundo, o músico brasileiro radicado na Suíça vai apresentar as diferentes capacidades do instrumento em obras de compositores de perfis e épocas diferentes.
O programa começa com a “Suíte para Violoncelo N.º 2”, de Johann Sebastian Bach (1685- 1750) – para Meneses, “uma das mais profundas e fantásticas obras escritas para violoncelo”.
As obras seguintes revelam a mudança do papel do instrumento na história. “O violoncelo foi concebido para fazer baixo contínuo, para tocar praticamente só o baixo”, explica o músico. “Com o passar do tempo, apareceram grandes talentos que o transformaram em um instrumento mais solístico, como Boccherini (1743-1805) e o próprio Piatti”, diz.
Destaques do fim de semana:
A 34.ª edição da Oficina de Música começou na noite de quinta-feira. Veja atrações dos próximos dias:
Leia a matéria completaO italiano Carlo Alfredo Piatti (1822-1901) é o autor dos “12 Caprichos para Violoncelo, Op.25”, dos quais Meneses vai apresentar os de número 1, 2, 4 e 5.
“São obras de extrema dificuldade”, diz o violoncelista. “Podemos comparar os caprichos de Piatti para violoncelo com os de Paganini para violino”, explica.
Entre as mudanças na abordagem do instrumento desde os tempos de Bach, Meneses destaca que Piatti utiliza o violoncelo “de forma mais polifônica possível” em seus caprichos – característica que distancia o instrumento de seu papel de baixo contínuo, e que também marca a obra do terceiro compositor do programa, o espanhol Gaspar Cassadó (1897-1966).
Em “Suíte para Violoncelo Solo”, o compositor – que era mais conhecido como violoncelista – homenageia tanto o seu mestre no instrumento, o catalão Pablo Casals (1876-1973), quanto seu professor de composição Maurice Ravel (1875-1937), francês. “É uma peça em que, no primeiro movimento, ele homenageia o Ravel, com uma música que está entre a música espanhola e a francesa. O segundo movimento é uma sardana, dança típica da Catalunha, onde ele nasceu. E o terceiro é uma introdução e uma dança que termina de uma maneira realmente fantástica”, descreve.
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